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Soja atinge maior valor desde 2008 em Chicago

Futuros ficaram por US$ 15 por bushel, pela primeira vez em cerca de quatro anos

A previsão de processamento de soja foi reduzida para 34,8 milhões de toneladas, contra 36,2 milhões anteriormente (Leomar Jose Mees)

A previsão de processamento de soja foi reduzida para 34,8 milhões de toneladas, contra 36,2 milhões anteriormente (Leomar Jose Mees)

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Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2012 às 17h29.

Chicago/São Paulo - Os futuros da soja subiram nesta sexta-feira acima de 15 dólares por bushel na bolsa de Chicago, algo que aconteceu pela primeira vez desde o final de julho de 2008, com a boa demanda pela oleaginosa e devido à baixa produção na América do Sul na temporada 2011/12, segundo integrantes do mercado.

A produção do Brasil e Argentina sofreram os efeitos de uma severa seca. A safra brasileira, por exemplo, está estimada em cerca de 65 milhões de toneladas, queda de aproximadamente 10 milhões de toneladas na comparação com o recorde da temporada anterior.

Por volta das 15h (horário de Brasília), o contrato maio da soja reduzia a alta, registrando ganhos de 10 centavos.

A soja, principal produto da pauta de exportações agrícolas do Brasil (considerando também o óleo e o farelo), está sendo negociada apenas um pouco abaixo do recorde histórico no mercado de Chicago, de 16,63 dólares por bushel, registrado em 2008.

"Do ponto de vista da oferta, os novos números da Argentina, estimados pela Bolsa de Cereais, e do Brasil, pela Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), combinados ainda com a possibilidade de novas reduções nas estimativas oficiais nas próximas semanas seguiram dando sustentação à alta dos preços", afirmou análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta sexta-feira.

Na quarta-feira, a Abiove reduziu a estimativa de safra do Brasil para 65,9 milhões de toneladas, ante 69,5 milhões na projeção de março.

A previsão de processamento de soja foi reduzida para 34,8 milhões de toneladas, contra 36,2 milhões anteriormente.


As exportações do Brasil na temporada agora estão estimadas pela Abiove em 30 milhões de toneladas, versus 32 milhões previstos em março e contra 33 milhões de toneladas na safra anterior.

Nessa situação, as cotações seguem firmes no mercado brasileiro, com registro de recordes em termos nominais no mercado interno, segundo o Cepea. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá) avançou 3,1 por cento em sete dias, a 62,73 reais por saca de 60 kg.

Milho

Notícias sobre exportações dos EUA de milho também impulsionaram os preços do cereal no mercado de Chicago, uma referência global, com investidores realizando pesadas compras, preocupados uma diminuição da oferta.

"As vendas (exportações) apenas catalizaram o interesse dos compradores", disse Bill Gentry, um corretor da Risk Management Commodities.

O Departamento dos EUA confirmou nesta sexta-feira a maior venda de milho norte-americano em um só dia desde 1991, em um volume que totalizou 1,56 milhão de toneladas. O comprador não foi identificado, mas traders dizem que a maior parte seguirá para a China.

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