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SoftBank registra prejuízo recorde de US$ 23 bilhões no 2T22

Essa é um dos piores resultados da história de seu braço de investimento, o Vision Funds

SoftBank (Issei Kato/Reuters)

SoftBank (Issei Kato/Reuters)

O SoftBank divulgou nesta segunda-feira, 8, os resultados do segundo trimestre de 2022.

O banco de investimento japonês registrou um prejuízo de US$ 23 bilhões. Esse foi um dos piores resultados da história do SoftBank.

No mesmo período do ano passado, o SoftBank tinha registrado um lucro de US$ 5,6 bilhões.

O Vision Funds, braço de investimentos do gigante japonês, teve um prejuízo de US$ 21,68 bilhões. A segunda maior perda trimestral para o fundo.

O Vision Funds foi atingido por uma queda nas ações que estão em sua carteira. A elevada inflação levou banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed), a elevar os juros rapidamente. E isso provocou uma forte queda das ações "growth", prejudicando o resultado do Vision Funds.

Segundo o SoftBank, o declínio nos preços das ações de um grande número de empresas de seu portfólio foi “causado principalmente pela tendência global de queda nos preços das ações devido a crescentes preocupações com a recessão econômica impulsionada pela inflação e aumento das taxas de juros”.

Além da queda global das ações de tecnologia, durante o trimestre de abril a junho o SoftBank sofreu uma perda cambial de US$ 6,1 bilhões, provocada pela forte queda do iene em relação ao dólar americano. O câmbio da moeda japonesa chegou em sua mínima dos últimos 22 anos.

Uma queda no valor que pesou nos resultados do SoftBank, já que cerca de metade dos empréstimos totais do banco de investimento são denominados em dólares.

Para fundador do SoftBank, o mercado e o mundo estão "confusos"

Para Masayoshi Son, fundador do SoftBank e idealizador do Vision Funds, descreveu como "deprimente" o resultado, e disse que "o mercado e o mundo estão confusos".

Na apresentação dos resultados trimestrais do SoftBank, o executivo disse que que ficou superexcitado durante o período do ano passado, quando as ações de tecnologia estavam em alta, mas agora se sente “envergonhado” por essa reação.

“Estou envergonhado de mim mesmo por estar tão eufórico com grandes lucros no passado”, disse Son.

O CEO salientou que a empresa tem sido “mais seletiva em fazer investimentos”.

Já em maio, Son tinha declarado que o SoftBank entraria em modalidade de “defesa” e seria mais “conservador” com o ritmo dos investimentos depois de registrar um outro prejuízo recorde no último ano fiscal.

Para tentar reverter essa situação, Son antecipou que diferentes unidades do SoftBank sofrerão "redução de custos", iniciando pelo Vision Funds.

O executivo salientou como o número de funcionários do fundo poderia precisar ser “reduzido drasticamente”.

Son também questionou abertamente a estratégia de investimento de "caça ao unicórnio" do Vision Fund, que custou já US$ 100 bilhões.

“Se perseguirmos nossa visão unilateralmente, corremos o risco de aniquilação. Isso deve ser evitado a todo custo”, declarou Son.

O SoftBank atribuiu seus problemas a “desafios cada vez mais profundos” no ambiente macroeconômico, inflação, respostas políticas do banco central e tensões geopolíticas.

Venda das ações para aumentar receita

Nas últimas semanas, o gigante japonês começou a vender suas participações em empresas para arrecadar dinheiro.

Nesta segunda, o SoftBank anunciou que havia vendido suas participações em uma série de empresas, incluindo a Uber (U1BE34) e a imobiliária online Opendoor, levantando US$ 5,6 bilhões com essas vendas.

No segundo trimestre o SoftBank tinha levantado US$ 10,49 bilhões com a venda de ações do Alibaba (BABA34) por meio de um derivativo chamado "contrato a termo".

Son salientou que a venda das participações do SoftBank no Alibaba se tornou um “bom nível de posição de caixa”.

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