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Só mais uma 'blusinha': Shein é acusada de manipular consumidores a comprar em excesso

Organizações europeias acusam o e-commerce de usar táticas enganosas para incentivar compras excessivas e desrespeitar normas do consumidor

Publicado em 5 de junho de 2025 às 07h45.

A Shein foi acusada por organizações de defesa do consumidor de 21 países europeus de práticas comerciais “obscuras” que induzem os clientes a comprar mais do que podem pagar.

A denúncia formal, coordenada pela European Consumer Organisation (BEUC), foi apresentada à Comissão Europeia e detalha táticas enganosas usadas pela empresa, como a criação de pressões psicológicas e técnicas para “envergonhar” os consumidores.

No dossiê de 29 páginas enviado à Comissão Europeia, o grupo detalha o uso de estratégias enganosas que a empresa usaria para incentivar as compras. Entre elas, estão contadores regressivos falsos, mensagens que informam estoque baixo, pressões constantes para finalizar a compra, criação de medo de perder ofertas e obrigatoriedade de registro no site ou aplicativo.

O "confirm shaming" e suas implicações

Uma das práticas criticadas é o chamado “confirm shaming”, que faz o consumidor se sentir culpado por não adquirir o produto. Essa técnica utiliza mensagens que envergonham o usuário, como frases que sugerem que ele está perdendo uma oportunidade ou agindo contra seu próprio interesse ao recusar uma oferta.

Para a BEUC, essas técnicas configuram “práticas comerciais desleais” que prejudicam consumidores e a sociedade. Como resultado, elas incentivam o consumo excessivo e geram armários lotados de peças pouco usadas, que têm um impacto ambiental negativo.

Exigências para maior transparência da Shein

Além disso, a organização cobra que a Shein divulgue os dados que fundamentam as mensagens de marketing, como as alegações de “estoque baixo” e os temporizadores de promoção. Caso a empresa não comprove a veracidade dessas informações, a BEUC pede que tais mensagens sejam proibidas na União Europeia.

A denúncia também aponta riscos sobre a circulação de produtos potencialmente inseguros que podem não cumprir os padrões europeus para tecidos e acessórios.

A ação ocorre quatro meses após a Comissão Europeia e a rede de autoridades de proteção ao consumidor no bloco abrirem uma investigação sobre o cumprimento das leis locais pela Shein. Na semana passada, a empresa foi notificada por violações que incluem descontos falsos, venda sob pressão e etiquetas enganosas que sugerem características “especiais” em produtos que, na verdade, cumprem exigências legais.

A Shein respondeu criticando a BEUC por se recusar a dialogar e afirmou que mantém canais abertos com autoridades nacionais e europeias para garantir o cumprimento da legislação.

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