Mercados

Só Embraer e AmBev sobrevivem em semana “brutal” da bolsa

Papéis da Brookfield e outras do setor imobiliário lideraram as perdas no período

jato lineage da embraer (Divulgação)

jato lineage da embraer (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2011 às 19h35.

São Paulo – Apenas as ações da Embraer (EMBR3) e da AmBev (AMBV4) resistiram às tensões dos mercados e fecharam a semana no azul. Os papéis do setor imobiliário, por sua vez, amargaram fortes perdas e a Brookfield despencou. A bolsa brasileira terminou a semana com uma desvalorização de 7%,aos 53.230 pontos.

O mercado continuou preocupado com a situação das dívidas dos países da zona do euro e com um possível calote da Grécia. Além disso, a reunião do Banco Central americano na quarta-feira jogou um balde de água fria sobre aqueles que aguardavam mais uma rodada de afrouxamento da política monetária por meio da impressão de moeda.

A equipe de Ben Bernanke resgatou a “operação twist”, um mecanismo que visa a venda de 400 bilhões de dólares de títulos do governo de até 3 anos e a compra do mesmo montante em notas entre 6 a 30 anos. Apesar de não significar mais dinheiro na economia, a manobra foi desenhada para baixar os juros de longo prazo.

Sobreviventes

A ação da Embraer (EMBR3) subiu 1,24% nesta semana. Parece difícil acreditar, mas foi a maior valorização de todo o índice. A empresa anunciou na quarta-feira as suas estimativas para o mercado de aviação regional chinês para o período de 2011 a 2030, prevendo a entrega de 975 novos jatos regionais para os próximos 20 anos: 15 com 30 a 60 assentos, 440 com 61 a 90 assentos e 520 com 91 a 120 assentos, o que representa cerca de 13% da demanda global.


A AmBev foi mais uma vez lembrada como uma alternativa de investimentos para momentos de incertezas do mercado com o seu perfil de boa pagadora de dividendos. A empresa informou na terça-feira o pagamento de dividendos de 0,622 real por ação ordinária (AMBV3) e 0,6842 real por papel preferencial (AMBV4), sem retenção de imposto de renda na fonte. Os papéis preferenciais subiram 0,71%.

Setor imobiliário

As ações do setor imobiliário foram duramente afetadas nesta semana com o aumento dos juros futuros de longo prazo, o que sinaliza que o Banco Central possa ter que voltar a subir a Selic, após reduzi-la em 50 pontos-base em 31 de agosto, para 12% ao ano. O mercado ficou ressabiado ontem com o resultado do IPCA-15, que mostrou uma aceleração do resultado de agosto (0,27%) para setembro (0,53%).

O pior desempenho ficou para as ações da Brookfield (BISA3). Os papéis despencaram 18,1% e foram acompanhadas pela forte desvalorização de outras companheiras do setor imobiliário, como a Gafisa (-17,48%) e Rossi (-17,35%). O índice IMOB, que acompanha os ativos do setor, se desvalorizou em 10,4% na semana.

Acompanhe tudo sobre:Ações

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol