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Sinal de recessão nos EUA, PEC Kamikaze, TIM e o que mais move o mercado

Inversão da curva de rendimento dos títulos americanos intensifica temores sobre contração da maior economia do mundo

Operador na Bolsa de valores de Nova York (NYSE): bolsas americanas desabam nesta quinta (BRYAN R. SMITH/AFP via/Getty Images)

Operador na Bolsa de valores de Nova York (NYSE): bolsas americanas desabam nesta quinta (BRYAN R. SMITH/AFP via/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 7 de julho de 2022 às 07h30.

Última atualização em 7 de julho de 2022 às 08h14.

Guerra, coronavírus e inflação. Embora todos esses temas sigam no radar de investidores, nada tem tirado mais o sono do mercado que o risco de recessão da maior economia do mundo. A probabilidade de contração dos Estados Unidos, segundo economistas, tem se tornado cada vez maior -- com sinais já aparentes em indicadores do mercado.

O principal é a inversão da curva dos títulos do governo americano, com os títulos de curto prazo (2 anos) apresentando maior rendimento que de longo prazo (10 anos). O movimento, que costuma preceder a recessão, tem ocorrido algumas vezes de forma pontual neste ano. Mas, desta vez, o fenômeno se mostra mais duradouro. A curva está invertida desde terça.

Os rendimentos dos títulos americanos, por sinal, segue em alta, com investidores esperando um aperto monetário mais duro por parte do Federal Reserve (Fed). O título de 2 anos voltou a pagar mais de 3% nesta quinta, após ter disparado cerca de 18 pontos base na véspera.

A alta sucedeu a divulgação da ata do Fed, que confirmou a possibilidade de o Fed repetir a alta de juros de 0,75 ponto percentual na decisão deste mês. A última alta, que elevou a taxa de juros americano para o intervalo de 1,5% e 1,75%, foi a mais agressiva desde 1994. No mercado, a elevação que levaria o juro até 2,5% já era vista como a mais provável, mas se tornou praticamente unânime após a divulgação da ata. A probabilidade, segundo monitor da CME, passou de 90,8% para 98,7% de ontem para hoje.

Apesar da expectativa de juros mais alto e recessão nos Estados Unidos, as bolsas reagiram positivamente à ata, com investidores optando pela ótica do copo meio cheio de que não houve grandes surpresas negativas. Até mesmo o dólar, que renovou máxima desde 2002 contra moedas desenvolvidas na véspera, apresenta algum arrefecimento. A moeda americana é negociada em queda contra o euro pela primeira vez em cinco pregões. Já as bolsas voltam a subir nesta quinta, com índices da Europa chegando a saltar mais de 1%.

Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,29%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,20%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,24%
  • FTSE 100 (Londres): + 1,28%
  • DAX (Frankfurt): + 1,54%
  • CAC 40 (Paris): + 1,45%
  • Hang Seng (Hong Kong): + 0,26%
  • Shangai Composite (Xangai): + 0,27%

PEC Kamikaze

Na esfera política, investidores seguem de olho no andamento da PEC Kamikaze que prevê bolsa para caminhoneiros e taxistas, além do aumento do Auxílio Brasil. A expectativa é de que a o texto seja aprovado em comissão especial da Câmara nesta quinta. O custo previsto é de cerca de R$ 40 bilhões, que ficará fora do teto de gastos. A proposta, feita a meses da eleição, tem sido altamente criticada por ferir a saúde fiscal do país com gastos fora do teto. Em carta recente a investidores, a gestora Kairós Capital chegou a classificar o teto como uma "piada de mau gosto" por ser deliberadamente desrespeitado.

"Além de possuir finalidade eleitoreira, ser irresponsável do ponto de vista orçamentário e perigosa do ponto de vista institucional, pode-se afirmar que, juridicamente, a PEC Kamikaze é inconstitucional", disse Lenio Luiz Streck, professor de Direito Constitucional e jurista, em coluna no site Conjur.

Reestruturação da TIM

O Conselho de Administração da TIM Itália deu o aval para a projeto de separação da frente de rede fixa da de serviços, na qual está a TIM Brasil (TIMS3), listada na B3. O objetivo da operação, segundo comunicado ao mercado, visa reduzir o nível de endividamento "por meio da transferência e valorização de certas ativos do Grupo TIM". A empresa, no entanto, afirma que não haverá mudança nos planos estratégicos da subsidiária brasileira.

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