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Siderúrgicas disparam até 9%; Ânima salta 8,6% com compra da Laureate

Com ajuda de cenário externo, Ibovespa se recupera de maior queda semanal desde março

BOLSA: o dólar americano fechou o dia valendo 5,08 reais. / REUTERS/Paulo Whitaker (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

BOLSA: o dólar americano fechou o dia valendo 5,08 reais. / REUTERS/Paulo Whitaker (REUTERS/Paulo Whitaker/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 10h26.

Última atualização em 3 de novembro de 2020 às 18h59.

As ações das siderúrgicas lideraram os ganhos em porcentagem do Ibovespa nesta terça-feira, 3, com notícia sobre reajuste do preço do aço. Na sessão, os papéis de CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) subiram 9,01%, 6,28%, 6,24% e 6,12%, respectivamente.

Segundo informações apuradas pelo Valor, os aumentos de preço devem girar em torno de 4,5% a 10% e Usiminas e CSN teriam implementado os reajustes nesta tarde. Ainda no radar do setor, a Moody’s alterou nesta tarde a perspectiva do rating da Usiminas de negativa para estável, com a nota de crédito mantida em Ba3 em escala global.

Copasa

As ações da Copasa (CSMG3) dispararam 7,64% nesta terça-feira, para 45,27 reais, após balanço do terceiro trimestre, considerado positivo pelo mercado, e anúncio de um pagamento extraordinário de dividendos de 820 milhões de reais. Caso aprovados (os dividendos ainda precisam ser deliberados em assembleia geral extraordinária, em data a ser definida pela companhia), o montante irá representar um retorno (dividend yield, ou o valor do dividendo por ação sobre o preço do papel) de 15,1%, comentam os analistas do Credit Suisse. 

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Sobre o resultado da empresa, reportado na noite da última sexta-feira, eles comentam que os números foram bastante positivos, com performance melhor do que esperada principalmente em função do crescimento de volume e provisões bem menores do que a expectativa. Além disso, os analistas comentam que os resultados da companhia ainda refletem um pouco do efeito da pandemia, já que a taxa de inadimplência ainda está alta e o ajuste de tarifa ainda não foi aplicado. 

A Copasa reportou lucro líquido de 240,5 milhões de reais no terceiro trimestre, crescimento de 24,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida avançou 2%, para 1,36 bilhão de reais. O segmento de água, esgoto e resíduos sólidos registrou 1,27 bilhão de reais em receita, alta de 6,1%, excluindo as receitas de construção. 

Ambev 

As ações da Ambev (ABEV3) subiram 4,93% depois de caírem por quatro pregões seguidos, acumulando no período perdas de mais de 14%. O alívio hoje vem na esteira de uma elevação de recomendação pelo Citigroup para compra, com preço-alvo em 15,50 reais. A meta implica um potencial de valorização para o papel de 27% frente ao fechamento da última sexta-feira. 

Petrobras

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3) avançaram 3,95% e as preferenciais (PETR4), 3,75%, acompanhando a forte alta do barril de petróleo. A commodity subiu em meio à possibilidade de que membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) estendam os cortes de produção para 2021. Com grande peso no Ibovespa, a valorização dos papéis da estatal ajudou a impulsionar o índice, que avançou mais de 2% neste pregão. Com menor participação no Ibovespa, as ações da PetroRio (PRIO3) avançaram 3,54%.

“O preço do barril de petróleo está cada vez mais próximo do custo de armazenagem, então o mercado acredita que a OPEP vai ter que chegar a um acordo. Mas, além da alta do petróleo, as ações da Petrobras receberam recomendação de compra do Goldman Sachs e do Credit Suisse depois do resultado. Isso também ajuda o papel a subir”, comenta Pedro Lang, diretor de renda variável da Veedha Investimentos.

Vale

Embaladas pelo dia positivo do mercado, as ações da Vale (VALE3) subiram 4,61%, deixando em segundo plano a queda dos preços do minério de ferro no exterior. A commodity negociada no porto de Qingdao, na China, recuou 0,82% hoje, para 117,09 a tonelada.

Em atualização, a Exame Research elevou fatia na Vale em sua carteira de ações para novembro. Com isso, a mineradora passa agora a figurar como a maior participação individual do portfólio. Em relatório para o mês, o analista Bruno Lima diz que está com visão positiva para commodities globais, citando uma expectativa pela aprovação do pacote fiscal americano (independente de quem vença as eleições nos Estados Unidos), o que deve beneficiar a economia dos EUA e mundial; potencial retorno de uma política de injeção de liquidez pelo Federal Reserve; e continuidade de uma China “blindada” de nova onda de coronavírus.

IRB Brasil

As ações do IRB Brasil (IRBR) subiram 4,23%, em meio à expectativa que a companhia apresente bons resultados em balanço do terceiro trimestre. Sua divulgação está prevista para esta noite.

“O IRB virou papel de pessoa física e tem muita gente especulando sobre o resultado. Semana passada a ação ‘caiu como uma jaca’, então também tem um pouco de espaço para voltar”, diz Pedro Lang, diretor de renda variável da Veedha Investimentos. Na semana passada, os papéis da companhia recuaram 10,36%, enquanto, no acumulado de outubro, registraram baixa de 18,02%, figurando como um dos piores desempenhos entre os papéis do Ibovespa no mês.

Itaú

Quem também deve divulgar resultado após o encerramento do pregão é o Itaú (ITUB4), que será o penúltimo dos quatro grandes bancos a apresentar o balanço do último trimestre. Na bolsa, suas ações subiram 2,45%, enquanto Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e Banco do Brasil (BBAS3) se valorizavam 3,42%, 1,65% e 1,01%, respectivamente.

BB Seguridade

As ações do BB Seguridade (BBSE3) subiram 4,22%, após apresentar lucro líquido de 1,086 bilhões de reais no terceiro trimestre, ficando 8% acima do consenso de mercado. "O resultados foram positivos. Por outro lado, a sinistralidade dos produtos de vida veio pior, mas esse fator não neutralizou os pontos favoráveis no balanço", avaliam os analistas Renato Mimica e Bruno Lima, da Exame Research.

Ânima

Os papéis da Ânima  (ANIM3) se valorizaram 8,56%, após informar ter firmado contrato com a Laureate Brasil para a aquisição de todos os ativos do grupo. Entre eles estão 11 instituições de ensino superior, tendo entre elas a Universidade Anhembi Morumbi e o Centro Universitário FMU. Pelos termos da transação, a Ânima deve pagar 4,4 bilhões de reais, sendo 3,777 bilhões de reais em dinheiro e 632 milhões de reais em forma de dívida assumida pela Ânima.

Segundo os analistas Renato Mimica e Bruno Lima, da Exame Research, a priori, o desfecho parece bom para todos os envolvidos. "A Ânima expande sua base e incorpora todas as vagas de Medicina da Laureate, ponto chave em sua estratégia de crescimento; a Ser Educacional irá receber a multa por rompimento de contrato e ainda terá opção para compra de alguns ativos da Ânima; e a Laureate conseguirá sair do país de maneira rápida, como planejado. A ausência de uma batalha judicial também é bem-vinda", comentam. As ações da Ser Educacional (SEER3) caíram 1,05% nesta sessão.

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