O CEO da Shell, Ben van Beurden (Shell/Exame)
A companhia petrolífera anglo-holandesa Shell (RDSA34) anunciou na noite desta quinta-feira, 15, que o CEO Ben van Beurden deixará o cargo no final do ano, após quase uma década no comando da empresa.
O atual diretor de soluções integradas de gás, energias renováveis e energia da Shell, Wael Sawan, se tornará novo CEO no dia 1º de janeiro.
No começo de setembro circulou a notícia que Shell estava procurando ativamente um sucessor para substituir van Beurden. O comitê de sucessão do conselho da petrolífera havia se reunido várias vezes nos últimos meses para traçar planos para a saída do CEO e entrevistar possíveis sucessores.
Van Beurden, 64 anos, entrou na Shell em 1983 e tornou-se CEO da empresa em 2014, depois de atuar como diretor dos negócios de refino e produtos químicos da empresa. Ele liderou a Shell durante várias crises do setor petrolífero, mas também foi o responsável de cortar os dividendos da Shell pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
“Foi um privilégio e uma honra servir a Shell por quase quatro décadas e liderar a empresa nos últimos nove anos”, disse van Beurden.
A Shell informou que van Beurden continuará trabalhando como consultor do Conselho de Administração até 30 de junho do próximo ano, após o qual deixará a empresa.
Sawan é um executivo com dupla cidadania, libanês-canadense, com mais de 25 anos de carreira na Shell, onde ocupou cargos no varejo e liderou vários projetos comerciais.
O executivo também já gerenciou os projetos de petróleo e gás da empresa no Catar, seus negócios em águas profundas de Houston e sua divisão upstream.
A nomeação de Sawan no ano passado como chefe dos negócios integrados de gás e renováveis do grupo foi vista internamente como um sinal de que ele estava sendo preparado para o cargo de CEO.
“Estou ansioso para canalizar o espírito pioneiro e a paixão de nosso incrível pessoal para enfrentar os imensos desafios e aproveitar as oportunidades apresentadas pela transição energética”, informou Sawan em comunicado, acrescentando que foi uma honra ter van Beurden como líder da empresa, “Seremos disciplinados e focados em valor, pois trabalhamos com nossos clientes e parceiros para fornecer a energia confiável, acessível e limpa que o mundo precisa".
A Shell registrou um lucro trimestral de US$ 11,5 bilhões em julho, quebrando seu recorde pelo segundo trimestre consecutivo.
Entretanto, mesmo com esses lucros recordes, há dúvidas sobre a estratégia da Shell para reduzir as emissões de CO2 e prosseguir na transição para energias mais limpas.
As ações da Shell subiram 0,21% durante os negócios da madrugada na Bolsa de Valores de Londres. Desde o começo de 2022, o preço das ações subiu mais de 40%.