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Shell mantém ritmo de recompra de ações mesmo com queda no lucro

A manutenção do ritmo de recompra só foi possível com novos empréstimos, o que elevou a dívida líquida da companhia para US$ 38,81 bilhões

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 06h51.

Na divulgação de resultados do quarto trimestre de 2024, a petrolífera britânica Shell informou que, com novos empréstimos, manteve o seu ritmo de recompra de ações em US$ 3,5 bilhões por trimestre. A estratégia foi necessária devido a uma queda maior do que a esperada no lucro da companhia.

O CEO destacou que a empresa completou o seu 13º trimestre consecutivo com pelos US$ 3 bilhões investidos em recompra de ações. A manutenção desse ritmo só foi possível graças a novos empréstimos, que elevaram a dívida líquida da companhia para US$ 38,81 bilhões — acima dos US$ 35,23 bilhões do período anterior.

A expectativa do mercado é que as concorrentes da Shell também mantenham o ritmo de retorno aos investidores — mesmo que isso signifique cobrir qualquer déficit com empréstimos. A única exceção talvez seja a britânica BP, que alertou que talvez reduzisse as recompras de ações.

Desempenho mais fraco

O lucro ajustado da Shell no período foi de US$ 3,66 bilhões, bem abaixo dos US$ 7,31 bilhões do mesmo trimestre do ano anterior. O valor também ficou aquém da projeção média dos analistas de US$ 4,36 bilhões.

O desempenho mais fraco se deve a uma queda generalizada em várias frentes de negócio da companhia. A Shell citou como exemplo as margens menores no comércio de petróleo bruto e derivados e uma performance menor no comércio de gás natural liquefeito.

"Apesar da queda nos lucros neste trimestre, a geração de caixa permaneceu sólida", disse Wael Sawan, CEO da empresa, em comunicado. O fluxo de caixa operacional no quarto trimestre foi de US$ 13,16 bilhões, quase US$ 2 bilhões a mais que o projetado por analistas.

Os gastos da companhia também ficaram controlados em 2024, totalizando US$ 21,08 bilhões, abaixo da própria projeção da empresa de US$ 22 bilhões. Em uma teleconferência com repórteres, a diretora financeira Sinead Gorman afirmou que a pausa em um projeto de biocombustíveis em Roterdã, na Holanda, ajudou nesse controle.

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