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Shein projeta lucro de US$ 2 bilhões em 2025, apesar das tarifas dos EUA

Varejista do e-commerce também estima um avanço de aproximadamente 15% em venda

Shein: empresa projeta lucro de US$ 2 bilhões em 2025, apesar das tarifas dos EUA (Yuichi Yamazaki/AFP/Getty Images)

Shein: empresa projeta lucro de US$ 2 bilhões em 2025, apesar das tarifas dos EUA (Yuichi Yamazaki/AFP/Getty Images)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 16h22.

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A Shein projeta um lucro líquido de US$ 2 bilhões para 2025. As informações foram divulgadas pela empresa a investidores. O resultado é impulsionado por uma combinação de cortes de custos e reajustes de preços, que ajudaram a neutralizar a queda de tráfego digital provocada pelas tarifas impostas durante o governo de Donald Trump.

A varejista de e-commerce, sediada em Singapura, também estima um avanço de aproximadamente 15% em vendas, de acordo com informações da Bloomberg.

A previsão de lucro para este ano representa quase o dobro do US$ 1,1 bilhão obtido em 2024. A estimativa considera o desempenho do primeiro trimestre, quando o lucro líquido superou US$ 400 milhões e a receita chegou perto de US$ 10 bilhões. O resultado foi favorecido pelo aumento nas compras nos Estados Unidos antes da revogação da isenção tributária para pacotes de baixo valor.

A projeção, apresentada no fim de agosto, é interpretada como um gesto para reforçar a confiança do mercado em meio às incertezas que cercam a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da companhia.

A estratégia de reajustar preços permitiu à Shein repassar parte do impacto tarifário ao consumidor final. Outra tática foi a redução nos gastos com publicidade, facilitada pela atuação menos agressiva da concorrente Temu no mercado norte-americano durante o verão, segundo a Bloomberg.

Shein enfrenta barreiras regulatórias

Apesar dos números, a Shein encontra desafios consideráveis para concretizar seu IPO. Entre os obstáculos está a adoção, por outros países, de medidas similares a dos EUA para eliminar isenções fiscais aplicadas a pequenos pacotes.

A França, por exemplo, anunciou recentemente a suspensão do marketplace da Shein após denúncias envolvendo a venda de produtos ilegais na plataforma, incluindo "bonecas sexuais com aparência infantil e armas".

Embora esteja sediada em Singapura, a Shein continua sob supervisão da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China. Essa autoridade exige que empresas com ligações "substanciais" com o país passem por auditoria antes de serem listadas em bolsas internacionais. A varejista agora tenta viabilizar sua abertura de capital em Hong Kong após tentativas fracassadas em Nova York e Londres, barradas por fatores regulatórios e geopolíticos.

A companhia, que já atingiu uma avaliação de mercado de US$ 100 bilhões, enfrenta pressão para revisar esse valor. Após uma rodada de captação de US$ 66 bilhões em 2023, investidores pressionam para que a cifra seja reduzida à metade, segundo a Bloomberg. Os acionistas incluem a IDG Capital, a Mubadala Investment Co. e a HSG, antiga Sequoia Capital China.

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