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Shein enfrenta pressão regulatória, adia IPO e vê avaliação despencar de US$ 100 bi para US$ 30 bi

A empresa varejista chinesa sofreu uma queda de 40% no lucro em 2024 e apresenta dificuldades para driblar regras em seus principais mercados

Shein: varejista chinesa é enfrenta dificuldade para driblar regras dos países ocidentais (Pavlo Gonchar/SOPA/Getty Images)

Shein: varejista chinesa é enfrenta dificuldade para driblar regras dos países ocidentais (Pavlo Gonchar/SOPA/Getty Images)

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 29 de maio de 2025 às 07h12.

A Shein está enfrentando dificuldades para encontrar um local e realizar sua Oferta Pública Inicial (IPO). Inicialmente, a empresa pretendia abrir o capital em Londres. Entretanto, segundo informações da agência internacional Reuters, os planos podem mudar. 

A mudança aconteceu depois de a empresa não conseguir aprovação da Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China, para o plano do Reino Unido. A dúvida parte da hostilidade crescente nos Estados Unidos e na Europa irá exigir uma mudança mais ampla. 

Recentemente, a Shein foi acusada e ameaçada de multa pela União Europeia após investigação apontar práticas ilícitas ao consumidor. 

Donald Tang, presidente executivo da Shein, já havia tentado listar a empresa em Nova York (EUA), em 2022. A tentativa teve oposição de políticos como Marco Rubio, atual secretário de Estado dos Estados Unidos. O secretário criticou a empresa varejista por práticas trabalhistas questionáveis

A Shein, por sua vez, declarou ter uma prática de tolerância zero quanto ao trabalho escravo e infantil em suas fábricas e fornecedores.

Medidas regulatórias nos EUA e Europa

Recentemente os Estados Unidos encerrou a prática de isenção de tarifas para itens abaixo de US$ 800. Já a Europa anunciou que irá aplicar taxas fixas de 2 euros em pacotes de e-commerce de baixo valor. 

Essas mudanças tendem a reduzir a competitividade da Shein, que cresceu com a venda de roupas baratas aos consumidores ocidentais que buscam bons preços em vestuário. 

Declínio do lucro e aumento da competitividade

Em fevereiro, o Financial Times informou que o lucro líquido da Shein caiu em quase 40% em 2024, comparado ao ano de 2023. Mesmo com a queda do lucro, a empresa registrou um aumento de 19% na receita. 

A queda no lucro foi atribuída à concorrência crescente da Temu, rival da Shein, que pertence ao grupo chinês PDD. 

Alguns acionistas pressionaram a empresa a reduzir sua avaliação de IPO para cerca de US$ 30 bilhões, frente a um pico anterior de US$ 100 bilhões. Mesmo sem um local para abrir seu capital definido, os desafios da Shein se concentram na regulamentação e estruturação dos países onde a empresa mais comercializa. 

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