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Setor financeiro é destaque de recomendações para junho

Analistas avaliam que ações do setor financeiro podem registrar bom desempenho no curto prazo


	Ações do banco Bradesco apareciam em cinco das 11 carteiras, mesmo número de recomendações destinadas para o papel da operadora de bolsa BM&FBovespa (Germano Lüders/EXAME.com)

Ações do banco Bradesco apareciam em cinco das 11 carteiras, mesmo número de recomendações destinadas para o papel da operadora de bolsa BM&FBovespa (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2013 às 18h02.

São Paulo - Analistas mostravam pouco otimismo com as perspectivas para a bolsa brasileira como um todo em junho diante dos recentes sinais de fraqueza da economia, mas avaliavam que ações do setor financeiro podem registrar bom desempenho no curto prazo.

"Bancos é o nosso setor doméstico preferido nesse momento", afirmaram analistas do Credit Suisse em relatório, avaliando que o cenário para o setor mudou para melhor.

"A pressão do governo diminuiu, os spreads bancários não estão mais em declínio e o ciclo de aperto monetário se tornou realidade. Isto em geral é um gatilho para o bom desempenho dos bancos", escreveram.

A ação do Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, foi a campeã de recomendações do setor, presente em sete das 11 carteiras de ações recomendadas para junho avaliadas pela Reuters.

Dentre os fatores que justificavam o otimismo com o papel, analistas de diversas casas citaram a perspectiva de melhora dos spreads, diante do aumento da taxa básica de juros Selic na semana passada para 8,0 % ao ano, além do forte controle de custos e múltiplos atrativos.

Ainda no setor financeiro, as ações do banco Bradesco apareciam em cinco das 11 carteiras, mesmo número de recomendações destinadas para o papel da operadora de bolsa BM&FBovespa.

Outro destaque dentre as recomendações para junho foi a mineradora Vale, presente em sete carteiras, apesar de preocupações com um cenário de desaceleração da economia chinesa, maior consumidor mundial de minério de ferro.

A recente depreciação do real deve ser favorável para a Vale, na avaliação do Credit Suisse, já que a companhia tem cerca de 90 % de suas receitas vindas de exportações, mas a maior parte dos custos atrelada ao real.

Analistas da Octo Investimentos destacaram também que o preço da ação da Vale está em patamar atrativo e que a companhia segue comprometida em se desfazer de ativos não essenciais e em reduzir gastos administrativos.


Completando a lista das principais recomendações para junho, destaque para a gigante de açúcar e etanol Cosan e para a administradora de shopping centers BR Malls, ambas presentes em quatro das 11 carteiras de ações recomendadas analisadas.

Ambiente incerto

Mas a deterioração das expectativas sobre a economia para este ano deixavam os analistas bastante cautelosos em relação à bolsa em geral.

"Seguimos com o clima de incerteza", escreveram analistas da XP Investimentos. "Se por um lado é verdade que a bolsa como um todo parece ter encontrado suporte na região dos 52 mil pontos, por outro não vemos força e fluxo comprador que motive altas mais expressivas", avaliaram.

Na semana passada, a divulgação do fraco crescimento do Produto Interno Brasileiro (PIB) do primeiro trimestre e a decisão do Banco Central de acelerar o ritmo de aperto monetário diante das pressões inflacionárias levou o Ibovespa a encerrar maio com o pior desempenho mensal em um ano.

"O ambiente macroeconômico ainda está se deteriorando na margem", escreveram analistas do BTG Pactual. "O ambiente permanece desafiador." Esse cenário levou a Ágora Corretora a revisar fortemente para baixo sua projeção para o Ibovespa no fim de 2013, para 62 mil pontos, de 72 mil pontos anteriormente.

"Acreditamos que a melhor estratégia para o mercado brasileiro continua sendo a seleção de empresas pertencentes a setores com maior exposição à economia doméstica", disseram os analistas da Ágora em relatório.

Especulações sobre a possível redução dos estímulos monetários do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, seguiam como o principal fator de preocupação em relação ao cenário externo.

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