Entre os sete indicados estão quatro analistas financeiros, o dono de um fundo de investimentos e dois encarregados de carteiras de investimentos (Spencer Platt/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2012 às 17h55.
Nova York - Sete pessoas foram acusadas pela Justiça americana, nesta quarta-feira, de uso ilegal de informação privilegiada em Wall Street, no âmbito de uma ampla operação anticorrupção centrada neste problema "endêmico" na bolsa de Nova York.
As sete pessoas, quatro das quais foram detidas pelo FBI durante a operação, são acusadas de participação em uma fraude que permitiu a elas "obter mais de 61,8 milhões de dólares de ganhos ilegais a partir da compra e venda de uma única ação", segundo a promotoria federal americana.
A ata de denúncia, baseada na informação fornecida por três dos acusados que se disseram culpados para conseguir uma redução da pena, descreve várias trocas de e-mails e ligações telefônicas.
As pessoas (quatro analistas financeiros, o dono de um fundo de investimentos e dois encarregados de carteiras de investimentos de fundos de derivativos) aproveitaram informações confidenciais sobre a gigante americana da informática Dell entre 2008 e 2009.
Um deles, Sandeep Goyal, havia trabalhado para a Dell antes de se empregar em um fundo de investimentos de Nova York, onde continuou recebendo informações privilegiadas de uma fonte interna da companhia de computadores, que lhe permitiu comprar e vender ações, antecipando-se aos fatos.
Os acusados trabalhavam em companhias sediadas em Nova York, Boston, Connecticut (nordeste dos EUA) e Califórnia (oeste). Um dos quatro detidos esta quarta-feira é Anthony Chiasson, co-fundador da empresa Level Global Investors. O FBI (polícia federal americana) investiga há meses o que o promotor federal Preet Bharara qualificou de problema "endêmico" de Wall Street.
Dezenas de pessoas foram detidas nos últimos anos por uso ilegal de informação privilegiada. O mais conhecido é Raj Rajaratnam, dono e fundador do fundo de investimentos Galleon, condenado em outubro passado a onze anos de prisão, a pena mais dura imposta nos Estados Unidos a alguém por este tipo de crime.
Seu amigo, Rajat Gupta, ex-administrador do banco de negócios Goldman Sachs e ex-diretor-geral da empresa McKinsey, foi acusado do mesmo crime em outubro passado e deve ser julgado este ano.