Cresce a adesão de empresas ao segmento Novo Mercado da bolsa brasileira (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Tais Laporta
Publicado em 16 de julho de 2019 às 17h39.
Última atualização em 16 de julho de 2019 às 18h10.
O índice que reúne as principais ações brasileiras fechou praticamente estável nesta terça-feira (16), após ter dado sinais de uma leve recuperação na abertura dos negócios. A maior pressão veio dos papéis da Petrobras, que recuou mais de 1%. O Ibovespa teve variação negativa de 0,03%, aos 103.775 pontos, cedendo ao viés negativo das bolsas no exterior.
Já o dólar subiu pelo segundo dia seguido. Isso aconteceu pela primeira vez desde o começo do mês, num movimento influenciado pelo ambiente externo de dados fortes nos Estados Unidos e de incertezas sobre a intensidade dos cortes nos juros dos EUA no fim deste mês. A moeda avançou 0,39%, vendida a 3,7711 reais.
Com o esfriamento das discussões sobre a reforma da Previdência, o mercado acompanhou o debate da reforma tributária no Congresso. O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra afirmou que sua proposta deve ser apresentada ainda este mês. "Ainda teremos muita discussão acerca dos projetos, mas reiteramos a importância de uma reforma tributária para o avanço da economia", disse a Levante Investimentos em nota a clientes.
Uma pesquisa do BofA Merrill Lynch Data Analytcs mostrou que quase 90% dos gestores de recursos esperam que o Ibovespa fique acima de 110 mil pontos no fim de 2019, ante 48% no mês passado.
Em Wall Street, os índices recuaram após divulgação de balanços de grandes bancos, reacendendo receios de desaceleração do lucro em um ambiente de juros baixos. O S&P 500 cedeu 0,34%.
As construtoras listadas no Ibovespa divulgaram bons resultados operacionais mais cedo, o que deu um impulso às ações. O papel da MRV avançou em torno de 1,4%, um dia após a construtora reportar alta de 5,8% nos lançamentos do segundo trimestre ante mesmo período de 2018, enquanto as vendas avançaram 2,7% na mesma comparação.
Enquanto isso, a Cyrela ganhou ao redor de 0,9% neste pregão. As duas companhias somam juntas um valor de mercado de R$ 17 bilhões, o que equivale a um aumento de 45% em relação ao que valiam final do ano passado.
A ação da estatal PETROBRAS recuou mais de 1% diante da forte queda dos preços do petróleo no exterior. A empresa pagará 1,9 bilhão de dólares a investidores numa oferta de recompra de títulos.
A empresa paulista de saneamento SABESP perdeu 1,11%, após recentemente ter renovado máxima histórica em meio a expectativas de eventual privatização da companhia paulista de água e esgoto.
A petroquímica BRASKEM cedeu 2,39%. O HSBC cortou o preço-alvo das ações de 59 para 40 reais.
A varejista de comércio online B2W GLOBAL recuou 3,5%, com os papéis completando três sessões seguidas de quedas fortes.
A VALE subiu 0,68%, conforme os futuros do minério de ferro na China superaram recordes. A empresa fez acordo com o Ministério Público do Trabalho de Minas Gerais para pagar 400 milhões de reais a trabalhadores da mina em Brumadinho (MG), cujo rompimento de barragem deixou centenas de mortos. A Vale disse que ajustará provisões por Brumadinho no resultado do segundo trimestre.
A B3 avançou 3,17%, após um relatório do Credit Suisse reiterar recomendação 'outperform' e elevar o preço-alvo de 35 para 48 reais. A análise citou perspectivas de melhores resultados em razão de maiores volumes negociados.
A companhia aérea GOL valorizou-se 4,66%, conforme analistas veem a empresa como principal beneficiada com a situação da Avianca Brasil, em recuperação judicial e com operações suspensas.
No setor de papel e celulose, a SUZANO teve alta de 2,34% e KLABIN de 0,06%, em dia positivo do setor, apesar de analistas citarem pouca visibilidade para o cenário de preços da commodity. Em relatório, o Bradesco BBI destacou que, apesar dos investimentos estimados para o projeto Puma II, a alavancagem financeira da Klabin não deve alcançar os níveis elevados de investimentos anteriores.