Starbucks: operação global A operação global registrou lucro líquido de 1,22 bilhão de dólares (AFP/AFP)
Publicado em 2 de novembro de 2023 às 15h04.
Última atualização em 2 de novembro de 2023 às 15h53.
A operação global da Starbucks reportou, na manhã desta quinta-feira, lucro líquido de 1,22 bilhão de dólares em seu quarto trimestre fiscal, encerrado em 1 de outrubro. O valor foi 39% maior do que o reportado no mesmo período do ano passado.
Já a receita da Starbucks teve expansão anual de 11% no trimestre, atingindo o patamar inédito de US$ 9,37 bilhões.
O resultado superou a expectativa do mercado. Com ajustes, a rede de cafeterias americana registrou no trimestre lucro por ação de US$ 1,06. O consenso de analistas consultados pela FactSet era de US$ 0,97. Já a receita da Starbucks veio praticamente em linha com o consenso da FactSet, de US$ 9,3 bilhões.
No relatório de demonstrações financeiras, não houve menção ao pedido de recuperação judicial da SouthRock, empresa que controla as operações brasileiras da Starbucks. Procurada pela EXAME, a empresa também não se manifestou até a tarde desta quinta-feira, 2.
No início da noite de quarta-feira, 1, a Justiça de São Paulo pediu mais documentos para poder avaliar o pedido de recuperação judicial da SouthRock. Em despacho, o juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª vara de falência de São Paulo, solicitou demonstrações contábeis do balanço patrimonial da holding de negócios da SouthRock, que inclui 21 empresas, entre elas, as redes Starbucks, TGI Friday's, Eataly e empresas que operam restaurantes em aeroportos.
Além disso, o juiz pediu a demonstração dos resultados acumulados do ano e desde o último exercício social, bem como relatório e projeção de fluxo de caixa das empresas do grupo. No mesmo despacho, solicitou um relatório completo da situação da empresa do ponto de vista econômico e comercial.
"Primeiramente, há dúvidas concretas até mesmo da competência deste Juízo para análise da matéria, uma vez que, do que consta até o momento nos autos, verifica-se verdadeiro litígio de direito empresarial envolvendo contrato de exploração de marca", assinalou o juiz.
"Nesse tipo de contrato, o rompimento pode ocorrer por diversos motivos para além da questão envolvendo pagamento, mas também, por exemplo, a adequada aplicação das diretrizes de qualidade da marca, por exemplo. Logo, ainda que se considerasse a mera discussão da concursalidade ou não dos valores em aberto, há outros fatores jurídicos que podem levar ao cedente da marca ao desejo de romper o acordo de exploração, revelando, portanto, matéria cuja discussão deve se dar na ausência de cláusula compromissória ou de eleição de foro em uma das varas empresariais da capital."
Cabe recurso da SouthRock.
A SouthRock protocolou pedido de proteção à Justiça de São Paulo nesta terça-feira, 31 de outubro.
Segundo a companhia, a crise econômica no Brasil resultante da pandemia, a inflação e a permanência de taxas de juro elevadas agravaram os desafios do negócio.
"Neste cenário, a SouthRock segue comprometida a defender a sua missão e seus valores, enquanto entra em uma nova fase de desafios, que exige a reestruturação de seus negócios para continuar protegendo as marcas das quais tem orgulho de representar no Brasil, os seus Partners [colaboradores], consumidores e as operações de suas lojas", afirmou a empresa em nota.
Na petição à Justiça paulista, a empresa justifica o pedido de proteção em razão dos seguintes fatores: