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Seis empresas desistiram de IPO nos últimos meses

Ouro Verde anunciou na sexta-feira que envio à Comissão de Valores Mobiliários o pedido de desistência de sua oferta pública inicial de ações


	Operadores na Bovespa: companhias decidiram suspender a oferta pública devido às condições desfavoráveis do mercado
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Operadores na Bovespa: companhias decidiram suspender a oferta pública devido às condições desfavoráveis do mercado (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 14h55.

São Paulo - A Ouro Verde, empresa de locação de veículos e equipamentos pesados, anunciou na sexta-feira que envio à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o pedido de desistência de sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), que havia sido protocolado em 12 de julho do ano passado.

Em fato relevante, a empresa disse que tomou a decisão “em virtude das atuais condições econômicas desfavoráveis do mercado de capitais nacional e internacional, e dada a impossibilidade legal de solicitar nova interrupção ou prorrogação de prazo”. A companhia já havia adiado o IPO em agosto do ano passado. A Ouro Verde pretendia vender cerca de US$ 400 milhões (R$ 960 milhões), também citando condições desfavoráveis dos mercados.

A empresa paranaense havia feito o pedido para IPO em meados de julho, em uma operação de distribuição primária e secundária coordenada por Itaú BBA, Credit Suisse, Santander e HSBC.

Outras empresas

A Ouro Verde se junta a um grupo de cinco empresas que engavetaram operações de emissão de ações nos últimos meses, que inclui Azul, Sascar, Votorantim Cimentos, a também locadora Unidas e a fabricante de autopeças Fras-Le. Todas elas, assim como a Ouro Verde, decidiram suspender a oferta pública devido às condições desfavoráveis do mercado.


Em agosto de 2013, a Votorantim Cimentos e a Azul desistiram do IPO sob a alegação de que as condições macroeconômicas eram desfavoráveis. Já em outubro, a Sascar, empresa de rastreamento de veículos, também decidiu suspender sua oferta pública, dizendo que o preço que o mercado estava disposto a pagar pelos papéis não era condizente com o que a companhia queria com a operação.

Pior começo de ano

A desistência da locadora paranaense reforça um quadro em que a oferta de ações no Brasil vive seu pior começo de ano em mais de uma década, num sinal de erosão da confiança dos investidores sobre o país. O Índice Bovespa voltou a ficar abaixo dos 50 mil pontos, e o cenário externo ficou mais complicado para os países emergentes pela retirada dos subsídios ao mercado nos Estados Unidos e sinais de piora na economia chinesa.

A melhora das economias americana e europeia também desvia parte dos investimentos para esses mercados. Várias empresas estão também recomprando seus papéis ou fechando seu capital, caso recente da Brookfield, que anunciou na sexta-feira à noite uma oferta para sair do mercado.

Nenhum IPO ou oferta subsequente foi encaminhada à CVM até agora neste ano, o que não acontecia desde 2004, segundo dados da Reuters.

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