Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC (Coindesk/GettyImages/Getty Images)
Repórter
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 08h43.
Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 08h45.
Os mercados internacionais operam sem uma direção definida na manhã desta quarta-feira, 10, com investidores ainda à espera dos dados da inflação americana. A divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla e inglês) dos Estados Unidos está prevista amanhã. O dado é considerado uma das peças-chave para entender o quebra-cabeça da política monetária americana.
Após o otimismo ter se instaurado no fim do ano passado, com o mercado precificando cortes de juros agressivos para este ano, dados fortes do mercado de trabalho aumentaram as incertezas quanto ao tamanho do ciclo de cortes. Enquanto aguardam por novas sinalizações da política monetária, investidores reajustam as apostas para cortes de juros.
No mercado de dívida, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro americano volta a ficar abaixo de 4%, com investidores esperando juros mais baixos para o período. Parte dos investidores, por outro lado, veem essa queda como um dos fatores que podem atrasar o ciclo de queda de juros por, de certa forma, já representar um afrouxamento das condições financeiras.
"Se persistirem taxas de mercado mais baixas e mais acomodatícias, os bancos centrais poderão sentir-se ainda mais tentados a manter as taxas inalteradas por mais algum tempo", afirma analistas do ING em relatório. No ano passado, quando o rendimento bateu 5%, o Federal Reserve (Fed) chegou a sinalizar que poderia ser mais brando na condução da política monetária, já que parte do trabalho já estava sendo feito pelo mercado.
O mercado de criptomoedas opera em baixa nesta quarta. Como pano de fundo das negociações está a negativa da SEC, a CVM americana, quanto à possibilidade de criação de ETFs de Bitcoin à vista. Na véspera, a página oficial da SEC na plataforma X (ex-Twitter) chegou a afirmar a liberação, mas logo seus diretores afirmaram que a conta havia sido hackeada e que o assunto ainda está em análise pela CVM.
O governo segue enfrentando resistência no Congresso quanto à possibilidade de reoneração de 17 setores. Os congressistas pressionam para que a medida seja feita por meio de um projeto de lei, em vez de por medida provisória, como sugerido pelo Executivo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltarão a conversar sobre o tema nesta quarta. A reoneração serviria para aumentar a receita do governo, mas, segundo Pacheco, ela não será a causa de um eventual descumprimento da meta fiscal.