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"Se o medo é de uma loucura na Suzano, eu compro a ação": por que esse gestor está otimista com IP

Companhia de papel e celulose perdeu R$ 14,5 bilhões em valor de mercado desde o início dos rumores sobre potencial aquisição

Luis Felipe Amaral, CEO e gestor da Drýs Capital: "Essa é uma belíssima oportunidade de compra" (Equitas/Divulgação)

Luis Felipe Amaral, CEO e gestor da Drýs Capital: "Essa é uma belíssima oportunidade de compra" (Equitas/Divulgação)

Publicado em 23 de maio de 2024 às 10h33.

Última atualização em 23 de maio de 2024 às 10h37.

As ações da Suzano (SUZB3) acumulam 19% de queda desde que a potencial compra da International Paper começou a ser ventilada na imprensa. A perda em valor de mercado é de R$ 14,5 bilhões. A desvalorização ocorre em meio às incertezas sobre a viabilidade do negócio, dado que a compra dobraria o tamanho da Suzano. A companhia confirmou o interesse, mas ainda deu poucos detalhes sobre como iria incorporar as operações da empresa americana.

Luis Felipe Amaral, CEO da Drýs Capital (ex-Equitas), é um dos acionistas minoritários da Suzano e, apesar dos questionamentos do mercado, acredita que operação pode ter por trás um forte plano estratégico.

"A reação do mercado vem pelos questionamentos sobre se a empresa não estaria fazendo uma loucura. Se é esse o medo do mercado, eu compro ação. Eu tenho certeza que não vão fazer loucura", afirmou Amaral em entrevista ao programa Vozes do Mercado, da Exame Invest.

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A Suzano é uma das principais investidas pela Drýs. O otimismo de Amaral nos rumos da empresa vem na confiança nos executivos e no alinhamento de interesse dos sócios controladores, a Família Feffer.

"O Walter Shalka  [CEO da Suzano] é engenheiro pelo ITA [Instituto Tecnológico de Aeronáutica] e sabe fazer conta. Eu gostaria de entender por que estão fazendo esse movimento, mas certamente tem um racional estratégico por trás. A companhia está muito bem amparada por gente que sabe o que está fazendo."

Amaral ainda afirma já ter uma participação relevante de seu fundo em ações da Suzano, mas que a "propensão é comprar" mais. A Suzano, segundo o gestor, é "a empresa de celulose mais barata do mundo" e a de "maior vantagem competitiva".

"Existe essa preocupação sobre uma decisão [compra da IP] que poderia colocá-la em risco. Mas eu acho que está isso exagerado. Essa é uma belíssima oportunidade de compra. O mercado atira primeiro e depois vê o que deu. Esse medo deverá se dissipar."

Tratativas e meios de financiamento

Segundo fontes da Reuters, a Suzano teria oferecido US$ 15 bilhões pela IP, semelhante a seu próprio valor de mercado. Mas a companhia estaria estudando aumentar a proposta, após a IP ter sinalizado que recusaria a oferta inicial.

Como a compra caberia no balanço da Suzano ainda é algo que analistas vêm se debruçando. Nesta semana, a companhia anunciou que irá emitir R$ 5,9 bilhões em debêntures. Além do financiamento via dívida, Amaral vê possibilidade de a Suzano emitir ações como alternativa para levantar recursos.

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