Invest

Saudi Aramco, a empresa que lucra R$ 2,5 bilhões por dia

A estatal petrolífera da Arábia Saudita registrou uma alta de 90% no lucro líquido no segundo trimestre, que chegou em US$ 48,4 bilhões (cerca de R$ 280 bilhões)

Saudi Aramco (Ahmed Jadallah/Reuters)

Saudi Aramco (Ahmed Jadallah/Reuters)

A Saudi Aramco divulgou no último domingo, 14, os resultados do segundo trimestre de 2022.

A estatal petrolífera da Arábia Saudita registrou uma alta de 90% no lucro líquido, que chegou em US$ 48,4 bilhões (cerca de R$ 280 bilhões). O maior resultado para a Saudi Aramco desde que a empresa foi listada, em 2019, com o maior IPO da história dos mercados financeiros.

Além disso, o resultado entre abril e junho superou as previsões dos analistas, que esperavam um lucro de US$ 46,2 bilhões. Foi o maior lucro da história de uma companhia aberta.

Isso significa que em cada um dos 91 dias do último trimestre, a petrolífera teve um lucro superior aos R$ 2,5 bilhões.

Em termos de valor de mercado, a Saudi Aramco vale US$ 2,37 trilhões, cerca de 23 vezes mais do que a Petrobras, que hoje tem uma capitalização inferior aos US$ 100 bilhões.

O próprio Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vale hoje quase a metade da estatal saudita, com US$ 1,4 trilhões em 2020.

Além do lucro recorde, a Saudi Aramco informou que vai pagar um dividendo trimestral de US$ 18,75 bilhões, valor com o qual se comprometeu antes da listagem de 2019.

Ao longo do ano, a petrolífera já pagou mais de US$ 37,5 bilhões em dividendos.]

O fluxo de caixa livre da empresa no segundo trimestre do ano foi de US$ 34,6 bilhões e retorno sobre o capital médio (ROAE) foi de 31,3%.

O índice de alavancagem caiu de 14,2% em dezembro de 2021 para 7,9% em junho de 2022.

As despesas para investimentos (Capex) aumentaram 25%, para US$ 9,4 bilhões, em comparação ao segundo trimestre de 2021.

Resultados da Saudi Aramco impulsionados pela alta do barril de petróleo

Os resultados positivos para a estatal saudita foram gerados graças a alta das cotações do petróleo, que permitiram obter maiores margens de refino. Além disso, os volumes vendidos pela Saudi Aramco aumentaram, com a Arábia Saudita que está exportando mais barris para a Ásia, principalmente para seu principal cliente, a China.

A Arábia Saudita produz hoje cerca de 10 milhões de barris de petróleo por dia. E o príncipe herdeiro do reino, Mohammed bin Salman, já deixou claro em julho que a Saudi Aramco deverá aumentar a produção para 13 milhões de barris por dia.

O Brasil produz cerca de 3 milhões de barris por dia.

O governo da Arábia Saudita possui 98% das ações da petrolífera, que é a principal empresa do país árabe e o motor da economia nacional, fortemente dependente das vendas de petróleo para obter receita e pagar salários do setor público, subsídios, e benefícios generosos aos cidadãos sauditas, além de manter os gastos com defesa e cumprir as metas de 2030 anunciadas pelo próprio Mohammed bin Salman. 

Para CEO, mundo está demandando mais energia barata e confiável

Para Amin Nasser, presidente e CEO da Saudi Aramco, os últimos resultados financeiros refletem a crescente demanda mundial por petróleo.

Uma tendência que continua aumentando mesmo com países ao redor do mundo, incluindo a Arábia Saudita,  cada vez mais comprometidos em reduzir suas emissões de carbono para evitar o aquecimento global, provocado pelo uso de combustíveis fósseis.

"O mundo está pedindo energia acessível e confiável e estamos respondendo a essa demanda", disse Nasser, antes de acrescentar que a Aramco espera que a demanda por petróleo continue crescendo pelo resto da década, apesar das pressões econômicas para baixo e da inflação.

“Em um momento em que o mundo está preocupado com a segurança energética, estamos investindo no futuro do nosso negócio. Nossos clientes sabem que aconteça o que acontecer, a Saudi Aramco vai sempre entregar seus produtos", disse o executivo.

Acompanhe tudo sobre:PetróleoLucroResultadoArábia SauditaSaudi Aramco

Mais de Invest

Bolsa Família e auxílio gás: pagamento começa na segunda-feira; veja calendário

CEO diz que Azul já tem dinheiro para sair da recuperação judicial

Após balanço fraco, Oncoclínicas (ONCO3) afirma estudar aumento de capital

Com tese de 'reserva de bitcoin', Méliuz (CASH3) conclui listagem e começa a ser negociada nos EUA