Bradesco: potencial com ciclo de queda de juros (Eduardo Frazão/Exame)
Editor de Invest
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 15h08.
O Santander (SANB11) fez mudanças em sua carteira de recomendações de ações para o mês de outubro reduzindo posição em Nubank (ROXO34) para aumentar em Bradesco (BBDC4). Segundo os analistas, o banco tende a colher mais benefícios de uma redução na taxa Selic no ciclo de alívio monetário
"O caminho para normalização é visível, em nosso ponto de vista a medida que os menores custos de funding, ganhos e eficiência e um melhor ciclo de crédito dão suporte para que o ROE [retorno sobre o patrimônio] retorne a patamares mais elevados", escreveram os analistas do banco.
Para eles, o Bradesco poderá entregar rentabilidade próxima a 17% em 2026, o que justificaria uma revisão de múltiplos da ação.
Em relação ao Nubank, o Santander afirma que segue gostando da história estrutural do banco, mas decidiu remover o papel da carteira após um forte rali em setembro, de 7% ante alta de 4% do EWZ, o ETF que replica o desempenho do Ibovespa no exterior.
O Santander explica que as mudanças feitas na carteira de outubro refletem uma postura pouco mais cautelosa. O banco adotou uma estratégia menos volátil, reduzindo posição em nomes que tiveram ganhos elevados nos meses recentes, como Inter, C&A (CEAB3), Rede D'Or (RDOR3) e BTG Pactual (BPAC11).
No setor de energia, o banco diminuiu a participação de Copel na carteira, com a justificativa de que a venda de ações detidas pelo BNDES poderá pesar sobre a performance do papel no curto prazo, devido a um excesso de oferta (overhang).
Por outro lado, elevou exposição em Eneva. Para o Santander, a empresa deve se beneficiar do uso de termelétricas em 2025 e continuar a gerar fluxos de caixa atraentes, mesmo contando com desembolsos para novos projetos.
"Com base em nossas conversas com o mercado, muitos investidores locais estão reduzindo exposição ou realocando investimentos em ações, de forma tática, para setores mais defensivo, reduzindo a volatilidade de seu portfólio", afirmam os analistas do Santander.
Para eles, o cenário global continua construtivo para mercado emergentes e, em especial, o Brasil.
"Enquanto isso, o estrangeiro continua colocando o dinheiro para trabalhar nas ações brasileiras, com as entradas chegando R$ 18,3 bilhões em 12 meses, incluindo R$ 3,8 bilhões em setembro".