O índice de eficiência do Santander foi o menor patamar em três anos (Edgard Garrido/Reuters)
Repórter de mercados
Publicado em 30 de julho de 2025 às 08h15.
Inaugurando a temporada de divulgação de resultados de bancos, o Santander Brasil (SANB11) reportou lucro líquido gerencial de R$ 3,7 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 9,8% na comparação anual, mas uma queda de 5,2% em relação ao trimestre anterior. O valor ficou um pouco abaixo do consenso estimado pela Bloomberg, que apontava para R$ 3,81 bilhões no período.
Já o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco, que indica a capacidade do banco de rentabilizar seu capital, ganhou 0,8 pontos percentuais frente ao mesmo período de 2024, atingindo 16,4% -- como era esperado pelos analistas do Itaú BBA.
A receita total subiu 3,3% em 12 meses, somando R$ 20,6 bilhões. As despesas cresceram 1,5%, seguindo uma agenda de controle de gastos no trimestre, “com foco na eficiência em custos”, segundo o relatório do banco. O resultado permitiu a melhora contínua do índice de eficiência, que atingiu 36,8% no trimestre, uma queda de 2,5 pontos percentuais, “o menor patamar em três anos e ainda vemos espaço significativo de evolução nos próximos períodos”, segundo o CEO do Santander, Mario Leão.
A carteira de crédito ampliada avançou 1,5% em relação ao primeiro trimestre de 2024 e caiu 1% na comparação trimestral.
Os índices de inadimplência de 15 a 90 dias apresentou alta de 0,5 pontos percentuais, pelo ambiente macroeconômico mais desafiador, considerando empréstimos vencidos há mais de 90 dias, o banco registrou estabilidade, “impulsionado principalmente por uma política mais rigorosa de renegociações”, segundo o release de resultados.
A margem financeira bruta do Santander, linha que contabiliza operações que rendem juros, foi de R$ 15,4 bilhões no segundo trimestre de 2025, alta de 4,4% no ano. A margem com clientes, que reflete as operações de crédito, teve acréscimo de 11,3% ano a ano, de R$16,1 bilhões. O número ficou acima das estimativas dos analistas do BofA, que esperavam R$14,5 bilhões.
Em comissões, o banco registrou crescimento de 0,4% no ano, explicadas principalmente pelas receitas que foram reclassificadas para margem financeira, conforme Resolução CMN nº 4.966/21 adotada em 2025. Excluindo estes efeitos, o aumento seria de 3,0%, com destaque para cartões.