São Paulo - O banco Santander iniciou a cobertura das ações ordinárias da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3), unidade de petróleo e gás do grupo de infraestrutura Queiroz Galvão, com recomendação de manutenção (hold) e preço-alvo de 27 reais para dezembro de 2011, um potencial de valorização de 13%.

Christian Audi e Vicente Falanga Neto, analistas que assinam o relatório, avaliam que a empresa oferece uma combinação atraente de produção e exploração de seus recursos, com uma clara estratégia de crescimento via farm-ins (aquisição de direitos exploratórios).

Ao contrário de seus pares locais, a QGEP não tem o objetivo realizar a venda de uma participação nos blocos que possui (farm-out) com o objetivo de financiar seu plano de crescimento, conforme lembra o relatório.

“O foco da empresa é utilizar 70% a 80% do capital levantado em seu IPO para investir em fusões, aquisições, parcerias e rodadas de licitação”. Porém, apesar das boas impressões, na avaliação dos analistas, o limitado potencial de valorização das ações não é suficiente para uma recomendação de compra.

Entretanto, Audi e Falanga citam alguns possíveis catalisadores de curto prazo. “Há várias referências positivas que podem impulsionar o desempenho das ações. Porém, nada ocorrerá até julho deste ano, quando a QGEP concluirá se o poço JEQ-01 possui óleo ou gás natural. Outro catalisador de valor aos papéis seria a obtenção de sucesso na conclusão do prospecto do poço Santos-04, em outubro”.

Considerando o múltiplo EV/reserves (valor da empresa/ valor estimado das reservas), as ações da QGEP negociam a 7,1 vezes, contra 5,4 vezes para OGX (OGXP3) e 5,0 vezes para HRT (HRTP3). Nos últimos 30 dias, as ações da QGEP registram valorização de 11,9%.

Blocos

A QGEP possui concessões em oito blocos, incluindo em campos do pré-sal, nas bacias de Santos, Jequitinhonha e Camamu. A empresa também detém uma participação de 45 por cento no campo de gás Manati, com capacidade de produção de 50.300 barris de óleo equivalente por dia.