Santander (SANB11): ações ficam entre as maiores quedas do dia após resultado (Jakub Porzycki/Getty Images)
Beatriz Quesada
Publicado em 26 de outubro de 2022 às 15h03.
Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 17h41.
O mercado já esperava um crescimento abaixo dos pares para o Santander (SANB11) no terceiro trimestre deste ano. Ainda assim, o balanço surpreendeu negativamente.
O lucro do Santander caiu 28% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 3,122 bilhões – a expectativa dos analistas era de uma baixa de 17% no lucro no período. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a baixa foi de 23,5%.
O retorno sobre patrimônio líquido (ROE), que indica a capacidade de um banco em rentabilizar seu capital, também foi penalizado, caindo de 20,5% no segundo trimestre para 15,3% no resultado de agora.
O resultado não foi ruim apenas no acumulado final: analistas apontam que o banco registrou uma piora operacional, decepcionando em diversas linhas chave do balanço como receita, provisões e inadimplência. As ações caíram mais de 5% em reação ao resultado.
A receita líquida de juros (NII) caiu 1% na comparação com o último trimestre, devido a uma política de concessão mais restritiva, com foco em linhas colateralizadas, que oferecem garantias e cobram taxas mais baixas.
E enquanto a receita diminuiu, os gastos aumentaram. As provisões para lidar com clientes devedores cresceram 8% no comparativo trimestral e 69% no comparativo anual. Já a inadimplência continuou na faixa dos 3%, acompanhando os dados registrados nos últimos dois trimestres.
Ainda assim, analistas do UBS destacam que o patamar de créditos renegociáveis continua alto: R$ 3,7 bilhões no terceiro trimestre contra R$ 4,1 bilhões no trimestre anterior. “O banco decepcionou nas principais linhas operacionais”, afirmam os analistas em relatório.
A reação foi forte na bolsa, onde as units do Santander recuaram mais de 5%. Os papéis ficaram entre as maiores quedas do dia e arrastaram para baixo as ações dos concorrentes do setor financeiro.
Analistas avaliam, no entanto, que o balanço não é uma sentença para o restante dos bancões. “Espera-se que o Santander apresente tendências mais fracas do que os pares em crescimento do crédito, renegociações, pior mix de crédito. Vemos equivalência limitada para o restante dos bancos do Brasil”, afirmam, em relatório, os analistas do Goldman Sachs.
Bradesco divulga seu balanço dia 8 de novembro, seguido por Banco do Brasil no dia seguinte. Itaú apresenta seus resultados no dia 10 de novembro.