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Santander e BM&FBovespa fazem parceria em mercado de carbono

As duas empresas vão desenvolver novos produtos financeiros ligados a carbono para estimular o mercado de créditos

As instituições também oferecerão recomendações para o governo brasileiro sobre as medidas regulatórias necessárias para o lançamento destes produtos (Gustavo Kahil/EXAME.com)

As instituições também oferecerão recomendações para o governo brasileiro sobre as medidas regulatórias necessárias para o lançamento destes produtos (Gustavo Kahil/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2012 às 13h28.

São Paulo - A BM&FBovespa e o Santander Brasil anunciaram nesta quinta-feira uma parceria para o desenvolvimento de novos produtos financeiros ligados a carbono para estimular o mercado de créditos de carbono no Brasil.

A bolsa e o banco informaram que vão avaliar conjuntamente o lançamento de ativos como derivativos de carbono e produtos à vista destinados tanto a compradores brasileiros quanto internacionais.

As instituições também oferecerão recomendações para o governo brasileiro sobre as medidas regulatórias necessárias para o lançamento destes produtos.

A lei de mudanças climáticas brasileira, assinanda pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2009, pede pela criação de um mercado doméstico de carbono para ajudar o cumprimento da meta nacional de cortar as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1 e 38,9 por cento até 2020.

A lei não fornece detalhes sobre como será o mercado, mas o governo disse estar desenvolvendo planos para tratar de emissões em 12 setores e que o comércio de carbono pode ter lugar em alguns setores.

"Este é um passo importante para promover o mercado local de carbono, colocando o Brasil em linha com o mercado internacional", disse o diretor-executivo de Tesouraria do Santander Brasil, Roberto Campos, à Reuters Point Carbon.

Normalmente, a geração de créditos de carbono ocorre quando novos projetos em diversos setores da economia resultam em redução da emissão de gases de efeito estufa. O volume que deixa de ser emitido pode virar crédito, que é comercializado no mercado com companhias e países que possuem tetos para a emissão desses gases.

As empresas anunciaram a iniciativa dias antes do Rio de Janeiro oficialmente lançar seu próprio mercado de carbono, e em meio a conversas entre os Estados do Acre e de São Paulo sobre possível colaboração em negociação de carbono.

O Rio de Janeiro também está trabalhando com uma bolsa para ativos ambientais, incluindo créditos de carbono, a BVRio (Bolsa Verde do Rio de Janeiro).

"Esperamos que países na América Latina também comecem a comercializar no Brasil assim que os produtos estiverem funcionando. Transparência de preço vai atrair participantes e a bolsa pode se tornar um centro referencial de preço para a região", disse Campos.


Ivan Wedekin, diretor de Commodities da BM&FBovespa, afirmou que os planos domésticos nos países poderão ser importantes para o mercado de carbono.

"Existe uma interrogação sobre o futuro de Kyoto. Parece que os planos locais é que vão dar um impulso para o mercado".

Vários países na América Latina aprovaram recentemente legislações sobre mudança climática, alguns deles prevendo a criação de mercados de créditos de emissões.

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