santander-antonio-milena-460-jpg.jpg (.)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2010 às 09h58.
São Paulo - Os papéis do banco Santander (SANB11) subiram quase 5% no pregão desta quinta-feira (29) na BM&FBovespa. O desempenho foi impulsionado pelo avanço notado nos resultados do primeiro trimestre do ano, publicados hoje. O lucro líquido chegou a 1,763 bilhão de reais. O valor é 111% maior que o registrado um ano antes e 10,8% superior ao registrado no último trimestre de 2009.
"O lucro líquido surpreendeu e ficou acima do esperado, o que favoreceu o desempenho do papel", explica o analista de bancos da corretora Spinelli, Daniel Malheiros. Outro destaque do resultado é o avanço dos ganhos de sinergias da aquisição do Banco Real. "As despesas operacionais administrativas e de pessoal caíram 7% em relação ao último trimestre", aponta o analista.
De acordo com o banco, o controle dos gastos representa "um dos pilares do plano de negócios". Até março deste ano as sinergias acumuladas já chegam a 1,3 bilhão de reais. Carlos Galán, CFO (Chief Financial Officer) do Banco Santander Brasil, disse em teleconferência que o número veio acima dos 338 milhões de reais esperados. A meta é chegar a 2,4 bilhões de reais até o final de 2011.
Porém, apesar disso, os analistas ainda questionam a rentabilidade do banco quando comparada às outras instituições do setor. Para os analistas do banco Barclays, Roberto Attuch e Fabio Zagatti, o Santander irá provavelmente superar as metas de sinergias, mas é preciso atenção para o desempenho abaixo da média do crescimento da carteira de crédito.
"No longo prazo, acreditamos que o problema está mais relacionado com uma questão estrutural, que tem a ver com a estratégia para o varejo e, consequentemente, a habilidade de adicionar ativos de margem mais elevada", explicam os analistas em nota. A carteira de crédito subiu apenas 2% em doze meses. "O Santander ainda não surfou a mesma onda dos outros bancos”, diz Malheiros.
Durante a teleconferência, Galán disse que o Santander deve atingir os mesmos níveis de rentabilidade do mercado brasileiro entre dois e três anos. "O risco é desapontar", destaca o analista.