O Santander deve apresentar lucro líquido próximo da estabilidade no primeiro trimestre de 2022, segundo o consenso do mercado (Rodrigo Garrido/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2022 às 06h15.
O Santander (SANB11) abre nesta terça-feira, dia 26, antes do pregão, a temporada de resultados dos bancos brasileiros com ações negociadas na B3 (B3SA3). Analistas que cobrem o setor apontam que o ambiente econômico desafiador, com juros e inflação em níveis mais elevados, já deve impactar os resultados de forma mais evidente.
O ano começou com a taxa Selic a 9,25% ao ano, patamar que passou para 11,75% ao fim de março.
"Nós acreditamos que os bancos devem sustentar as mesmas tendências operacionais sólidas do quarto trimestre de 2021 (crescimento dos empréstimos, melhor mix), encobertas por um aumento gradual no NPL [índices de créditos inadimplentes] e baixos índices de cobertura da dívida", apontaram os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Nicholas Walker, do Goldman Sachs, em relatório sobre o que esperar dos bancos no trimestre.
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Tudo posto, os analistas disseram esperar "ROEs [retorno sobre o patrimônio] sem mudanças em relação ao quarto trimestre de 2021". A expectativa é que o Banco do Brasil (BBAS3) apresente o maior avanço no lucro nos três primeiros meses do ano na comparação anual, ainda que os números trimestrais devam ser em geral estáveis.
Para os analistas do Goldman Sachs, o lucro líquido recorrente do Santander deve ter ficado praticamente estável em relação ao mesmo período de 2021, totalizando R$ 3,931 bilhões de janeiro a março, uma vez que "as provisões devem crescer devido a sinais modestos de deterioração da qualidade dos ativos". As taxas de juros mais elevadas também devem ter impactado negativamente os custos de funding da operação brasileira do banco espanhol.
Na avaliação da equipe de Equity Research do BTG Pactual (BPAC11), o Santander deve reportar lucro líquido de R$ 4,228 bilhões referente ao primeiro trimestre, com avanço em relação aos R$ 3,955 bilhões (recorrente) no mesmo período de 2021. Será também um crescimento em relação aos R$ 3,880 bilhões do quarto trimestre passado.
Os analistas Thiago Batista e Olavo Arthuzo, do UBS BB, previram que "a qualidade dos ativos dos bancos brasileiros (incumbentes e tradicionais) provavelmente continuou a se deteriorar no primeiro trimestre", enquanto o índice de créditos inadimplentes poderá retornar ao nível pré-Covid ao fim de 2022. Eles ressaltam que recorreram aos dados da Serasa Experian para monitorar a dinâmica da qualidade dos ativos dos bancos no curto prazo, dado que a greve dos servidores do Banco Central impediu a divulgação da pesquisa de crédito referente a fevereiro.
O Itaú Unibanco (ITUB4), maior banco do país, divulga o seu resultado trimestral em 9 de maio, mesmo dia do BTG Pactual (BPAC11). O Bradesco (BBDC4) e o Banco do Brasil (BBAS3) apresentam os seus números no dia 5.