Mercados

Sanções americanas derrubam gigante russa do alumínio na bolsa

Rusal perdeu o equivalente a € 3,5 bi em seu valor nesta segunda (9), na Bolsa de Hong Kong, após o novas medidas dos EUA contra empresas russas

Alumínio: Rusal integra lista de 38 pessoas e empresas russas que não poderão fazer negócios com entidades e indivíduos nos EUA (Stephen Morton/Bloomberg)

Alumínio: Rusal integra lista de 38 pessoas e empresas russas que não poderão fazer negócios com entidades e indivíduos nos EUA (Stephen Morton/Bloomberg)

A

AFP

Publicado em 9 de abril de 2018 às 18h06.

A produtora russa de alumínio Rusal, uma das maiores do mundo, despencou nesta segunda-feira (9) na bolsa, após o anúncio de novas sanções americanas a oligarcas russos e suas empresas, em um novo golpe à economia do país.

Na Bolsa de Hong Kong, um dos mercados onde está listada, a Rusal perdeu 50% de seu valor na segunda-feira (9), equivalente a um prejuízo de 3,5 bilhões de euros (4,3 bilhões de dólares).

As sanções também causaram grandes quedas nas bolsas de valores russas, e o governo garantiu que apoiará as empresas que são alvo de uma nova rodada de sanções americanas, um novo passo na escalada de tensão entre as duas potências.

As sanções são destinadas a 38 pessoas e empresas, que, a partir de agora, não poderão fazer negócios com entidades e indivíduos nos Estados Unidos. Entre eles, estão sete russos considerados oligarcas próximos ao presidente Vladimir Putin, que controlam várias empresas na Rússia e no exterior.

Um deles é Oleg Deripaska, que controla as holdings Basic Element e En+. Esta última inclui a Rusal, uma das gigantes mundiais do alumínio, com cerca de 7% da produção.

A Rusal alertou que as sanções "poderiam levar à suspensão técnica de algumas das obrigações do grupo" e garantiu que está avaliando seu impacto "em sua posição financeira".

Em paralelo, o preço do alumínio nesta segunda registrou seu maior aumento em três anos no London Metal Exchange (LME), onde o preço da tonelada subiu 3,55%.

"As sanções americanas podem resultar em interrupções na oferta mundial, especialmente nos Estados Unidos", disseram analistas do Commerzbank.

'Escandaloso' -

Oleg Deripaska, 50 anos, que na década de 1990 era próximo do então presidente Boris Yeltsin, disse que sua inclusão na lista era "desagradável, mas esperada".

"As razões para me colocar na lista não têm base, são ridículas e simplesmente absurdas", acrescentou.

As ações da holding En+ também despencaram na Bolsa de Londres nesta segunda e foram temporariamente suspensas.

A En+ estreou na Bolsa de Londres em 2017. Ela foi a primeira empresa russa a ser listada desde as sanções de 2014.

"É muito provável que o impacto seja desfavorável às atividades e às perspectivas do grupo", declarou o En+ em um comunicado nesta segunda.

"O grupo pretende continuar cumprindo seus compromissos enquanto busca soluções (...) para administrar o impacto das sanções", acrescentou.

As novas sanções de Washington são as mais importantes desde a chegada de Donad Trump à Casa Branca em janeiro de 2017, e a Rússia prometeu uma resposta "dura" na sexta-feira.

"Essa história é escandalosa, considerando a ilegalidade [das sanções] e a violação de todas as regras", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, pediu a seus representantes que preparassem propostas concretas para apoiar as empresas afetadas.

Em Moscou, os mercados de ações, apesar de estarem acostumados com as sanções do Ocidente, reagiram com violência nesta segunda-feira, com perdas de 10%, enquanto o rublo caiu ao seu nível mais baixo em meses.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Mercado financeiroRússiaSiderurgia e metalurgia

Mais de Mercados

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria

Ibovespa sobe puxado por Petrobras após anúncio de dividendos

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani