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Saldo positivo no 1º tri: metade das empresas supera expectativas, diz BTG

Lucro das companhias de capital aberto brasileiras (excluindo Petrobras e Vale) ficou acima em 24% da projeção do banco para os três primeiros meses do ano

CSN: as ações da companhia subiram 70% desde janeiro, impulsionadas pela alta do minério  / Divulgação (CSN/Divulgação)

CSN: as ações da companhia subiram 70% desde janeiro, impulsionadas pela alta do minério / Divulgação (CSN/Divulgação)

PB

Paula Barra

Publicado em 19 de maio de 2021 às 16h12.

Última atualização em 19 de maio de 2021 às 16h13.

A temporada de balanços do primeiro trimestre no Brasil chegou ao fim esta semana. De maneira geral, os números agradaram o mercado, avaliaram os analistas do BTG Pactual em relatório divulgado nesta quarta-feira, 19. 

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A receita, a geração operacional de caixa (Ebitda) e o lucro das companhias (excluindo Petrobras e Vale) superaram em cerca de 2%, 8% e 24%, respectivamente, as projeções do banco para o período. No qualitativo, 48% das empresas divulgaram resultados melhores do que o esperado, enquanto 11% vieram abaixo.

Na comparação anual, os analistas do banco Carlos Sequeira e Osni Carfi, que assinam o relatório, apontaram que os resultados também foram robustos, considerando principalmente o efeito da pandemia no primeiro trimestre do ano passado. 

"Se somarmos ao fato de que os empregos no país não voltaram ao patamar pré-pandemia, o desempenho das empresas no trimestre parece ainda mais impressionante", disseram. 

A receita líquida consolidada das companhias (excluindo Petrobras e Vale) cresceu em 25% em relação aos três primeiros meses de 2020, enquanto o Ebitda saltou 57% e o lucro líquido atingiu 46 bilhões de reais (contra um prejuízo de 3 bilhões no mesmo período do ano passado). 

Eles chamaram atenção para as empresas domésticas, que viram o Ebitda crescer 15% na comparação anual e lucro avançar 88%. Contudo, a maior parte dessa expansão veio dos bancos, que mostraram um salto no lucro de 6,9 bilhões de reais em relação ao mesmo período do ano passado. 

Em termos de relevância, embora as empresas domésticas tenham mostrado bons números, as companhias de commodities  ainda lideram, correspondendo por cerca de 70% de todo o crescimento nos ganhos. Nesse sentido, o setor que apresentou o maior avanço no lucro no período foi o de papel e celulose, de 14,3 bilhões de reais, mas boa parte por conta de resultados muito ruins no último ano.

Já no caso da receita, os setores que mais puxaram o crescimento foram alimentos, metais e mineração e óleo e gás, indicaram os analistas. Como a maioria dessas empresas têm seu faturamento atrelado ao dólar, a forte depreciação do câmbio (o dólar passou de 4,46 reais para 5,47 reais em um ano ano) favoreceu os números. 

No setor de alimentos, Sequeira e Carfi ressaltam ainda que o crescimento veio especialmente da JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), que, além de se beneficiarem do câmbio, também foram impulsionadas pelos bons resultados de carne bovina nos Estados Unidos.

Em metais e mineração, contribuíram ainda para o faturamento a alta histórica dos preços do minério de ferro. Tirando a Vale do cenário, as empresas que reportaram os maiores crescimentos de receita foram Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3), um incremento de 7,1 bilhões de reais e 6,6 bilhões de reais, respectivamente.

Na parte de óleo e gás, o avanço foi impulsionado principalmente por Braskem (BRKM5), com salto no faturamente de 10,1 bilhões de reais, beneficiada pela melhora nos spreads petroquímicos em patamares recordes, e BR Distribuidora (BRDT3), de 4,9 bilhões de reais, em meio ao grande ganho de estoque que a empresa teve devio ao aumento nos preços dos combustíveis.

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