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Sabesp (SBSP3) sobe 9% após balanço. A privatização está se traduzindo em resultados

EBITDA superou expectativas com controle de custos maior que o esperado e redução dos descontos concedidos a grandes clientes

 (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket /Getty Images)

(Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket /Getty Images)

Juliana Alves
Juliana Alves

Repórter de mercados

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 11h32.

A Sabesp (SBSP3) lidera as altas do Ibovespa após divulgar os resultados do segundo trimestre de 2025 que superaram as expectativas de analistas. Por volta das 11h30, as ações da companhia subiam 9%.

O lucro líquido da Sabesp no período foi de R$ 2,13 bilhões, superando em 70% o consenso Bloomberg. O EBITDA ajustado veio em R$ 3,39 bilhões, alta de 18% na comparação anual e 10% acima das estimativas.

O bom desempenho foi impulsionado por um controle de custos e despesas maior que o esperado e redução dos descontos concedidos a grandes clientes – duas das principais agendas no pós-privatização e que estão se materializando mais rápido que o esperado.

Na avaliação do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da Exame), os resultados vieram “muito fortes”. Para o BBA, trouxeram “sinais animadores de turnaround”.

Impactos do ajuste tarifário e remoção de descontos

A companhia detalhou que o ajuste tarifário de 2024 gerou um impacto positivo de cerca de R$ 179 milhões no comparativo anual.

Além disso, a remoção de descontos para grandes clientes contribuiu com R$ 111 milhões, compensando uma mudança na composição tarifária, que teve um impacto negativo de R$ 138 milhões, devido ao crescimento das tarifas subsidiadas no novo modelo regulatório, apontou o BBA.

A receita líquida do trimestre foi de R$ 5,63 bilhões, superando a previsão do BTG Pactual (mesmo grupo de controle da Exame) de R$ 5,48 bilhões.

As receitas ajustadas de serviços de saneamento, excluindo receitas de construção e o impacto do reconhecimento de ativos financeiros, totalizaram R$ 5,88 bilhões, representando um crescimento de 7,6% em comparação com o ano anterior e superando as estimativas do Safra em 2,4%.

Esse desempenho foi impulsionado principalmente pela elevação das tarifas, que cresceram 5,6% na comparação anual, ficando 4,7% acima das previsões dos analistas.

Inadimplência foi o destaque negativo

As despesas com inadimplência aumentaram significativamente para R$ 195 milhões, superando as expectativas dos analistas, que projetavam R$ 113 milhões. A relação dívida líquida/EBITDA subiu para 1,9x, contra 1,7x no trimestre anterior.

O BTG Pactual manteve a Sabesp entre suas principais escolhas de investimento a longo prazo. A instituição acredita que a empresa apresenta uma história acionária atraente, com boas oportunidades de crescimento (orgânico e inorgânico), proteção contra inflação e bons preços de entrada na bolsa.

Tanto o BTG Pactual quanto o Itaú BBA têm recomendação de compra para os papéis da Sabesp, com preço-alvo de R$ 138 e R$ 132, respectivamente. Isso representa um upside de 23% e 18,5% em relação ao fechamento de ontem.

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