Standard & Poor's: o Brasil recebeu da S&P a classificação de grau de investimento em abril de 2008, com avaliação BB+, que mantém até hoje (AFP/ Emmanuel Dunand)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 11h50.
Rasília - A diretora para ratings soberanos da América Latina da Standard & Poor's, Lisa Schineller, desembarcou nesta quinta-feira, 13, com sua equipe em Brasília para uma série de reuniões com representantes do governo que irá extrapolar os limites da área econômica.
Além de ter agendadas reuniões no Banco Central e no Ministério da Fazenda, os representantes da agência classificadora de risco terão encontro hoje com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo.
Os técnicos da S&P chegam a Brasília depois de terem passado três dias em São Paulo, numa série de encontros com economistas, representantes de instituições financeiras e do setor produtivo. A equipe permanece no País ao menos até segunda-feira, 17, e deve também passar pelo Rio, provavelmente com agendas na Petrobras e no BNDES.
A S&P já esteve hoje cedo em reunião com o presidente do banco, Alexandre Tombini, e outros sete diretores e tem reunião agendada com o ministro Guido Mantega, às 11h30.
O Brasil recebeu da S&P a classificação de grau de investimento em abril de 2008, com avaliação BB+, que mantém até hoje. Um mês depois, a Fitch também situou o país no segmento máximo de avaliação e, um ano e meio mais tarde, foi a vez da Moody's. A visita técnica da agência agora é vista com alguma apreensão pelo governo, que espera manter o grau de investimento.
Em janeiro, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, o diretor responsável por Ratings Soberanos da S&P, Joydeep Mukherji, disse que, apesar de ainda não haver uma definição em relação ao País, a agência poderia rebaixar este ano o rating soberano em um nível, o que, mesmo assim, não significaria a perda do grau de investimento.
Em junho do ano passado a agência colocou o Brasil sob perspectiva negativa.
Em pauta, a missão técnica da agência tem a incumbência de avaliar principalmente as tendências da política fiscal e monetária e outras variáveis macroeconômicas.
A inclusão de ministérios fora da área econômica podem indicar preocupação também em relação a questões de infraestrutura.
Alguns interlocutores que já estiveram com Lisa e sua equipe disseram ao Broadcast que eles estavam mais preocupados em ouvir as avaliações sobre o cenário atual do que em tecer qualquer comentário que pudesse deixar pistas sobre a decisão da agência, que só deve ser conhecida em, mais ou menos, um mês.