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S&P rebaixa rating de longo prazo da Rússia para BBB-

A perspectiva ficou negativa, ou seja, a agência pode voltar a rebaixar a nota do país nos próximos dois anos


	Pró-russos balançam bandeira da Rússia na Ucrânia: a agência avaliou que a tensa situação geopolítica entre os dois países pode resultar em significativas saídas de capital doméstico
 (REUTERS/Gleb Garanich)

Pró-russos balançam bandeira da Rússia na Ucrânia: a agência avaliou que a tensa situação geopolítica entre os dois países pode resultar em significativas saídas de capital doméstico (REUTERS/Gleb Garanich)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 06h40.

São Paulo - A Standard & Poor's rebaixou o rating de longo prazo em moeda estrangeira da Rússia para BBB-, de BBB, com perspectiva negativa. A nota em moeda local foi cortada para BBB, de BBB+.

"Em nossa visão, a grande saída de capital da Rússia no primeiro trimestre de 2014 elevou o risco de uma significativa deterioração no financiamento externo", explicou a agência de classificação de risco.

O cenário negativo significa que a S&P poderá rebaixar o rating da Rússia ao longo dos próximos dois anos. "Nós poderíamos rebaixar os ratings se sanções mais duras forem impostas sobre a Rússia e enfraquecerem ainda mais a posição externa líquida do país."

A agência avaliou que a tensa situação geopolítica entre Rússia e Ucrânia pode resultar em significativas saídas de capital doméstico e estrangeiro da economia russa, prejudicando ainda mais as perspectivas de crescimento.

"Nós esperamos que o superávit em conta corrente da Rússia desapareça até 2015, devido às importações crescendo a um ritmo mais rápido que as exportações", disse, em comunicado.

No entanto, a depreciação do rublo pode adiar ou até mesmo evitar que a conta corrente atinja um saldo negativo.

O crescimento econômico da Rússia desacelerou para 1,3% em 2013, no menor nível desde 1999, desconsiderando-se a contração de 2009.


O cenário base da agência é de um crescimento médio de 2,3% no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2014 e 2017, bem abaixo dos cerca de 8% registrados entre 2004 e 2007.

Se as tensões geopolíticas não cederem neste ano, há um risco significativo de crescimento abaixo de 1%, alertou a S&P.

As reservas cambiais à disposição da Rússia foram estimadas pela agência em US$ 450 bilhões neste ano, suficiente para cobrir cerca de 70% da dívida externa total.

A S&P projetou que o Banco Central da Rússia irá alterar o regime cambial para um de câmbio flutuante até 2015, mas, se a volatilidade política ou financeira prejudicarem esse movimento, ela poderá rebaixar o rating em moeda local para o mesmo nível da moeda estrangeira.

A tensão entre a Rússia e a Ucrânia se elevou após a anexação da Crimeia pelos russos.

Desde então, cidades do leste ucraniano têm sido alvo de ações de manifestantes pró-Rússia e os EUA têm acusado soldados russos de influenciarem as ações no leste ucraniano.

Ontem, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, alertou que a situação no leste da Ucrânia "pode sair rapidamente de controle".

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