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S&P: nota dos EUA pode cair mais nos próximos 2 anos

Em conferência, a agência afirmou que cortará a nota dos Estados Unidos caso o país não cumpra a lei sancionada pelo presidente Obama

A agência de classificação de risco rebaixou o rating de crédito a longo prazo dos EUA de AAA para AA+, mesmo com Obama aumentando o teto da dívida (The White House)

A agência de classificação de risco rebaixou o rating de crédito a longo prazo dos EUA de AAA para AA+, mesmo com Obama aumentando o teto da dívida (The White House)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 12h45.

Nova York - A nota de crédito de risco (rating) dos Estados Unidos pode cair mais nos próximos dois anos, caso o governo norte-americano não consiga cumprir os cortes de gastos prometidos na lei sancionada pelo presidente Barack Obama na semana passada, levando a uma deterioração muito maior do que a prevista no lado fiscal no país, informou hoje a Standard & Poor's, durante teleconferência.

O caminho contrário, no entanto, ou seja, a recuperação do seu rating anterior está mais difícil de ser colocado no cenário, avalia David Beers, diretor para rating soberano global da S&P. "Não há nada no horizonte que sugira a volta do AAA", disse Beers.

A agência de classificação de risco rebaixou o rating dos EUA de AAA para AA+, com perspectiva negativa na última sexta-feira. A perspectiva negativa implica que poderá haver novo rebaixamento em até 24 meses.

Um dos motivadores dessa decisão foi justamente o acordo feito entre republicanos e democratas para elevação do teto da dívida norte-americana, de US$ 14,3 trilhões, e redução do déficit no país. O plano prevê um aumento de cerca de US$ 2,4 trilhões no teto da dívida e um corte de pelo menos US$ 2,1 trilhões no déficit nos próximos dez anos.

No cenário básico, a S&P acredita que a dívida geral do governo crescerá de 74% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final de 2011 para 79% em 2015 e para 85% em 2021. No cenário otimista, assumindo que a perspectiva do rating passará para estável, a projeção é de que a dívida geral do governo crescerá de 74% do PIB no fim deste ano para 77% em 2015 e para 78% em 2021.

O cenário pessimista, consistente com o risco de novo downgrade dos EUA, leva em conta que o governo não conseguirá cumprir a segunda rodada de cortes de gastos, de pelo menos US$ 1,2 trilhão, e que os juros nominais dos títulos do Tesouro (Treasuries) ficarão mais altos. Nesse caso, a dívida pública passaria de 74% do PIB em 2011 para 90% em 2015 e 101% em 2021.

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