O Japão tem uma dívida pública que é o dobro do Produto Interno Bruto, a maior de um país industrializado (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 29 de setembro de 2011 às 11h04.
Tóquio - Um novo rebaixamento da classificação da dívida do Japão por parte da Standard & Poor's será "inevitável" a menos que Tóquio apresente um plano de reforma tributária "crível e sustentável", indicou nesta quinta-feira o analista chefe da agência para o Japão.
Em declarações à agência local "Kyodo", Takahira Ogawa, diretor de medições de risco soberanos da S&P, indicou que o impacto negativo do terremoto e do tsunami de março sobre a economia e as finanças parece menos prejudicial do que inicialmente estimado.
Apesar disso, insistiu em que o governo japonês deve deixar claro de que modo vai alcançar a consolidação fiscal no médio prazo e apresentar um plano sustentável e realista.
S&P rebaixou o janeiro a classificação da dívida do Japão para AA-, pela primeira vez desde 2002, diante das dificuldades do governo para sanear as contas públicas.
Segundo Ogawa, um dos fatores que ameaçam a classificação do Japão é a instabilidade política do país, que tem um Parlamento dividido no qual a oposição controla a Câmara Alta, enquanto pelo Governo passaram seis primeiros-ministros desde 2006.
Nesta situação, "é praticamente impossível para qualquer governo criar políticas de longo prazo", disse o analista, citado por "Kyodo".
Também considerou que o atual primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, um ex-ministro das Finanças que assumiu o poder no início do mês, poderia aplicar uma nova política, embora Ogawa deva conduzir a política de modo que não deteriore a confiança dos eleitores.
O Japão tem uma dívida pública que é o dobro do Produto Interno Bruto, a maior de um país industrializado.