São Paulo – Refletindo o clima da maioria dos mercados internacionais nesta segunda-feira (23), o Ibovespa opera no terreno negativo no primeiro pregão da semana. Na mínima do dia, o índice recuou 1,5%, para 61.659 pontos. Os investidores repercutem mais um capítulo da novela sobre a crise da dívida dos países europeus.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a perspectiva dos ratings da dívida soberana da Itália de "estável" para "negativa". Os ratings foram mantidos, o da dívida de longo prazo em A+ e o da dívida de curto prazo em A1+. O rating de transferências e conversibilidade foi mantido em AAA.

Para a analista de crédito Eileen Zhang da S&P, a perspectiva atual de crescimento da Itália é fraca e o compromisso com reformas para fomentar a produtividade parece estar falhando, e um impasse político potencial poderia contribuir para uma derrapada fiscal. Em Milão, o índice FTSE MIB chegou a cair 3,46%, para 20.500 pontos.

A segunda-feira também repercute boletim Focus do Banco Central. Os economistas do mercado financeiro deram um novo alívio nas projeções para a inflação oficial neste ano, reduzindo-as de 6,31% para 6,27. O índice, no entanto, ainda está perto do teto da meta (6,50%).
 

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MMX

As ações ordinárias da MMX (MMXM3), empresa do grupo do empresário Eike Batista, estão entre os papéis que mais registram perdas no pregão de hoje. Na mínima do dia, os ativos da companhia atingiram a desvalorização de 3,6%, cotados a 9,07 reais.

A mineradora informou na noite da última sexta-feira (20) que o conselho de administração da companhia aprovou o aumento do capital social no valor de 464,5 milhões de reais, mediante a emissão de 33,2 novas ações ordinárias, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal, sem direito de preferência para os atuais acionistas.

BR Properties

As ações ordinárias da BR Properties (BRPR3) também recuam. A companhia anunciou hoje que planeja realizar uma nova oferta pública primária de ações. Os papéis chegaram a ser negociados a 16,62 reais, o que representa uma queda de 4,37% frente aos 17,38 reais registrados no fechamento do pregão da última sexta-feira (20).

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa notificou ao mercado que o pedido já está em análise na Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

JBS

A JBS (JBSS3) continua ver seu valor de mercado caindo na bolsa. Nos últimos 7 dias, a desvalorização chega a 10,5%. Hoje o maior frigorífico do mundo estende a queda verificada na semana anterior. Na mínima do dia, as ações ordinárias da companhia chegaram a cair 2,7%, cotadas a 5,01 reais.

O frigorífico anunciou hoje que as subsidiárias nos EUA precificaram a oferta de 650 milhões de dólares, com um cupom de 7,25% e vencimento em 10 anos. A empresa disse ainda que optou por não permitir a segunda tranche que estava prevista “devido às condições de preço e mercado”, revela comunicado.

Rossi

Após subir ao pódio do indesejado topo de desvalorização do Ibovespa na semana anterior, com queda de 9,3%, as ações da Rossi (RSID3) mostram recuperação, atingindo 1,8% de valorização, na máxima do dia.

Na semana anterior, o mercado repercutiu uma possível oferta de ações que poderia captar entre 700 milhões e 800 milhões de reais, conforme divulgado pelo jornal Valor Econômico. A empresa não confirmou a notícia, mas o medo de diluição dos atuais acionistas pesou sobre os negócios. A incorporadora também anunciou na semana passada a aquisição da construtora sergipana Norcon, que levará à criação da Norcon Rossi.

Brasil Ecodiesel

Com queda de 20% apenas no mês de maio, as ações ordinárias da Brasil Ecodiesel (ECOD3) assumem a ponta negativa do Ibovespa nesta tarde. Os papéis chagaram a cair 4,4% e, há pouco, valiam 0,65 real.

Recentemente, a empresa disse não à proposta feita pelo grupo Vanguarda. Em abril, a Brasil Ecodiesel recebeu uma proposta da Vanguarda Participações para fusão dos negócios das duas companhias. Caso esse negócio fosse fechado, as duas empresas formariam o maior grupo de agronegócio do Brasil, com valor avaliado em mais de 2,16 bilhões de reais.