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Risco de estagnação estilo Japão sinaliza cortes da Selic

Banco Central deu sinais de que a desaceleração mundial irá durar mais do que o previsto inicialmente, afetando os juros futuros


	Tombini: os juros futuros dos contratos com vencimento em janeiro de 2014 caíram 20 pontos-base na sexta-feira, a maior queda desde 4 de maio
 (Álvaro Motta/EXAME)

Tombini: os juros futuros dos contratos com vencimento em janeiro de 2014 caíram 20 pontos-base na sexta-feira, a maior queda desde 4 de maio (Álvaro Motta/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 09h11.

São Paulo/Santiago - Operadores estão ressuscitando, pela primeira vez em três meses, apostas de que o Banco Central vai estender os cortes de juros até 2013, depois que a própria autoridade monetária deu sinais de que a desaceleração mundial irá durar mais do que o previsto inicialmente.

Os juros futuros dos contratos com vencimento em janeiro de 2014 caíram 20 pontos-base na sexta-feira, a maior queda desde 4 de maio, depois que o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira, disse que o período de baixo crescimento global pode ser “mais persistente e mais longo”. Contratos com vencimento em janeiro de 2013 indicam que investidores estão começando a embutir no preço a possibilidade de um corte de 0,25 ponto percentual em janeiro, segundo dados compilados pela Bloomberg. Operadores também esperam que o Comitê de Política Monetária corte a Selic, já no piso histórico de 7,5 por cento, em 0,25 ponto na reunião desta semana e na também de novembro.

O BC promoveu, desde agosto de 2011, o maior corte de juros básicos dos países do Grupo dos 20 e sinaliza que pode tolerar uma inflação maior para garantir o crescimento do País em meio à expansão global debilitada. Pereira, do BC, disse que a economia mundial pode estar caminhando para um período similar ao pós- bolha japonesa. A economia do Japão oscilou entre entrar e sair de recessão desde o estouro da sua bolha de ativos em 1990..

“Essa é, de longe, a avaliação mais pessimista das atuais condições mundiais que qualquer banco central já sustentou”, disse Tony Volpon, estrategista para América Latina da Nomura Securities, em entrevista por telefone de Nova York. “Desde o começo do ciclo, eles vêm falando do cenário externo negativo. Mas assemelhar ao Japão é um passo além do que eu vinha ouvindo eles falarem. Isso não é acidental. É um alerta, com certeza, como se dissessem ’vocês estão apostando em um corte na semana que vem e nós estamos pensando em fazer mais do que isso’. É algo importante.”

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