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Risco de bolha no mercado? BofA vê euforia alimentada por cortes de juros e apetite do varejo

Estratégia dos bancos centrais e entrada crescente de investidores de varejo elevam risco de bolha nos mercados

Estela Marconi
Estela Marconi

Freelancer

Publicado em 25 de julho de 2025 às 07h14.

O estrategista Michael Hartnett, do Bank of America, voltou a emitir um alerta sobre o risco crescente de uma bolha nos mercados acionários. Segundo ele, a combinação entre cortes de juros ao redor do mundo e mudanças regulatórias que incentivam o varejo está criando um ambiente de liquidez excessiva e volatilidade.

De acordo com o BofA, a taxa de juros global caiu de 4,8% para 4,4% no último ano, com bancos centrais dos EUA, Europa, Reino Unido e China reduzindo os custos de empréstimo. A projeção é que esse índice recue ainda mais, para 3,9% nos próximos 12 meses.

Ao mesmo tempo, segundo reportagem da Bloomberg, autoridades nos EUA estudam medidas para ampliar a presença de investidores pessoas físicas no mercado. “Mais varejo, mais liquidez, mais volatilidade, maior bolha”, escreveu Hartnett em um comunicado. Ele também reiterou que a expectativa de novos cortes pode inflar os preços das ações além do razoável.

Rali das bolsas pode esconder riscos

Mesmo com o avanço de tarifas comerciais, o mercado americano tem batido recordes em 2025, impulsionado pela força da economia e pelos resultados corporativos. Ainda assim, o índice S&P 500 tem ficado atrás de mercados internacionais neste ano - uma previsão que Hartnett já havia acertado no início de 2024.

Em dezembro, ele alertou que o rali de ações começava a dar sinais de euforia. O S&P 500 chegou a cair 18% após a sinalização, antes de retomar a alta em abril. Agora, o estrategista volta a reforçar que os fundamentos não sustentam a velocidade da valorização.

Enquanto alguns, como MichaelWilson, do Morgan Stanley, seguem otimistas com base no crescimento dos lucros e ganhos de eficiência, outros bancos, como JPMorgan e UBS, vêm advertindo que o mercado pode estar subestimando riscos ligados ao comércio e à geopolítica.

O foco dos investidores, na próxima semana, será a reunião do Federal Reserve, em busca de pistas mais claras sobre o cronograma de cortes de juros. Para Hartnett, esse afrouxamento pode ser o gatilho de uma bolha mais ampla — caso a regulação e o apetite do varejo aumentem simultaneamente.

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