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RIs de empresas não são poupados pela CVM

Executivos são punidos na maioria dos casos em que são envolvidos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 06h12.

São Paulo – Os executivos que comandam as áreas de Relações com Investidores das empresas brasileiras não têm sido poupados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em processos investigados pela autarquia, mostra um levantamento realizado pelo escritório o escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados.

“Pelos números que levantamos, de 2007 até 2012 foram 220 processos julgados na CVM. Do total, 68 envolveram RIs e, deles, os diretores foram penalizados em 61”, explica Carlos Augusto Junqueira, sócio do escritório em entrevista para EXAME.com. O especialista participou, nesta semana, do lançamento de um guia que pretende auxiliar esse tipo de profissional.

Guia

O Guia de Relações com Investidores foi desenvolvido em parceria com a BM&FBovespa e o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) e pretende prestar ajuda às empresas que já possuem capital aberto e também para as que ainda estão no processo de formação do departamento.

O documento, publicado pela primeira vez em 2007, foi revisado principalmente por conta das mudanças na mudança da instrução 202 da CVM para a 480, que modernizou as regras do mercado de capitais brasileiro e que aposentou o antigo Formulário de Informações Anuais para dar lugar ao Formulário de Referência. Com ele, as empresas que pretendem realizar novas emissões de títulos ou ações ao público não precisam mais passar por um processo penoso a cada vez que buscam o mercado.

“Uma comparação possível é dizer que a mudança do Formulário de Informações Anuais para o Formulário de Referência representou algo como a alteração do padrão contábil nacional BR GAAP para a norma internacional IFRS (International Financial Reporting Standards). É um documento mais trabalhoso e a ideia do guia é facilitar a vida do diretor de RI”, analisa Junqueira.

Salto de qualidade

Na avaliação do sócio da Souza, Cescon, Barrieu & Flesch Advogados, o nível de qualidade dos profissionais de RI saltou de 2007, quando houve uma avalanche de ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), para 2012. Ele ressalta, porém, que é preciso uma nova onda de aberturas de capital para notar se o cenário realmente mudou.

Muitas operações realizadas naquele período foram aceleradas para aproveitar a janela do mercado e posteriormente criticadas pela falta de qualidade da informação sobre as empresas. “Estamos tentando ensinar os bombeiros antes do incêndio, ou seja, antes de a empresa chegar à operação de abertura ao mercado”, explica.

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