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Rial: "As lições que aprendi em meus nove dias de Americanas"

Executivo fez publicação no LinkedIn com reflexões sobre a breve passagem pelo comando da varejista, do qual renunciou após identificar problemas no balanço

Rial: "É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta" (Santander/Divulgação)

Rial: "É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta" (Santander/Divulgação)

Em nove dias a vida de Sérgio Rial, ex-presidente do banco Santander no Brasil, mudou - e muito. Foi nesse breve período como CEO da varejista Americanas (AMER3) que o executivo teve "lições profundas de governança, autenticidade e coerência", como ele mesmo descreve em relato publicado nesta manhã em seu perfil no LinkedIn, onde é um criador assíduo de conteúdo. 

Rial renunciou ao comando da Americanas na última quarta-feira, 11, após descobrir, ao lado de André Covre, a quem tinha convidado para ser CFO, inconsistências financeiras da ordem de R$ 20 bilhões. De lá para cá, muita água já correu sob essa ponte. O executivo apresentou mais detalhes da descoberta ao mercado, a Americanas perdeu mais de R$ 8 bilhões em valor de mercado e foi à Justiça tentar evitar a execução de suas dívidas, que beiram os R$ 40 bilhões.

De acordo com seu relato no rede social, Rial a proposta de assumir a liderança da Americanas o animava pelos "diversos desafios inerentes a uma empresa de varejo chegando aos seus 100 anos". Como ele mesmo escreve, o projeto de crescimento entrelaçava consumidor, tecnologia, marketing e outras competências. "Foi esse o meu propósito, a minha motivação ao aceitar a posição que os acionistas me confiaram: agregar minha experiência profissional e reoxigenar o legado em prol do desenvolvimento da companhia."

A saída, segundo ele, veio do entendimento da necessidade de abrir espaço para que a empresa pudesse se reestruturar de um ponto de partida que fosse diferente. "É preciso saber o momento de se posicionar dentro de um novo contexto que se apresenta. Foi o que fiz, sem me descomprometer em ajudar no que estivesse ao meu alcance."

A descoberta dos problemas no balanço, feita após entrevistas com executivos remanescente, mudou, no entanto, as perspectivas. "Nessas conversas, informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade! Quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades. Eu jamais transigiria com a minha biografia."

A conclusão do diagnóstico inicial levou à necessidade correção de rota, observa. Segundo Rial, o cenário desenhado e a mudança de caminho contaram com "apoio incondicional" do Conselho de Administração da companhia e dos acionistas de referência, os sócios da 3G: Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. "Aqui, minha segunda reflexão: ser líder não é ser corajoso, mas ser responsável e ético; não é ser herói ou heroína, mas ter a resiliência para defender a verdade e fazer o que é certo", escreve Rial.

Leia na íntegra o texto de Sérgio Rial.

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