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Reuniões de Copom e Fed, balanço da Petrobras e a agenda da semana

Maio começa com agenda cheia de indicadores de atividade em fevereiro e março e resultados trimestrais de Ambev, Natura, CSN e Carrefour, entre outras

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central: mercado aguarda sinalização sobre próximos passos do Copom depois da decisão do dia 4 de maio (André Coelho/Bloomberg)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central: mercado aguarda sinalização sobre próximos passos do Copom depois da decisão do dia 4 de maio (André Coelho/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 1 de maio de 2022 às 20h11.

O mercado projeta uma alta da taxa Selic de 11,75% ao ano para 12,75% na próxima quarta-feira, dia 4 de maio, e vai avaliar se o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sinalizará o encerramento do ciclo de aperto monetário ou se deixará a porta aberta a uma elevação adicional da taxa.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve, o Fed, também deverá elevar os juros na quarta, e da mesma forma investidores ficarão atentos à sinalização do presidente Jerome Powell sobre o ritmo do ajuste, o que deve movimentar os ativos.

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A agenda cheia de indicadores e eventos nesta semana que começa inclui ainda a divulgação do Focus relativo à última semana e do IBC-Br (a chamada prévia do PIB) no Brasil em fevereiro e no primeiro trimestre, os dados de emprego -- o payroll -- nos Estados Unidos, a decisão do Banco da Inglaterra sobre juros e os dados do PMI na China.

A Petrobras (PETR3, PETR4) e o Bradesco divulgarão seus respectivos balanços do primeiro trimestre.

Veja abaixo cinco destaques da semana:

 

1. Copom: fim de ciclo ou porta aberta?

O mercado reduziu levemente as apostas em altas adicionais da Selic após dados de inflação abaixo do previsto divulgados na semana passada, mas a curva de juros continua indicando a possibilidade de o aperto ir além de maio.

A precificação dos contratos de DIs aponta alta de 1 ponto percentual na próxima semana, como antecipado pelo Banco Central em recentes ocasiões, e aumentos de 45 pontos base em junho e de 14 pontos base em agosto.

Apesar da percepção de que o ciclo de aperto se aproxima do fim, analistas não descartam que o Copom mantenha a porta aperta para uma alta mais prolongada da taxa básica à medida em que a inflação segue em nível incompatível com a meta para 2022 e 2023.

2. Focus e IBC-Br: termômetros da economia

A última pesquisa Focus antes da reunião do Copom sai nesta segunda, dia 2, com o mercado aberto, às 10h, após a sondagem da semana passada ter mostrado uma piora de expectativas inflacionárias menor do que o esperado.

Após indicadores fiscais e de emprego recentes terem saído melhores que o previsto, o Banco Central divulga também no dia 2 o IBC-Br de fevereiro, que também sofreu atraso na divulgação com a greve dos servidores. A estimativa é a de uma alta mensal de 0,4% no indicador conhecido como prévia do PIB, após queda de 0,99% em janeiro.

A semana ainda terá o resultado fiscal primário consolidado e a produção industrial de março e a balança comercial de abril. O IGP-DI de abril também está no radar, mas sairá dois dias após o Copom.

3. Decisões do Fed e do BoE

Assim como o BC brasileiro, o Fed também anunciará a sua decisão em 4 de maio. Jerome Powell, que falará após a decisão, como é tradição, deve sinalizar a diminuição do ritmo do aperto monetário após choques de juros de meio ponto percentual na próxima semana e em junho, segundo economistas consultados pela Bloomberg.

A perspectiva sobre os juros globais ainda deve ser influenciada pela decisão do BoE -- o Bank of England, o banco central inglês -- na quinta-feira, mas as taxas também devem reagir a uma agenda pesada de dados.

Os destaques são o payroll americano de abril, que fechará a semana na sexta, com os números de criação de vagas no mercado de trabalho americano em abril. A expectativa é que os números sejam um pouco menor do que os de março, quando houve a criação de 431 mil postos de trabalho.

A China, onde o governo promete medidas para proteger a economia dos efeitos da Covid, divulgará seus PMIs nos próximos dias, com a expectativa de números abaixo de 50 pontos, o que sinaliza contração da atividade.

4. Cenário eleitoral

O mercado segue atento às pesquisas eleitorais, que mostraram nas últimas semanas um estreitamento da vantagem do ex-presidente Lula sobre Jair Bolsonaro depois que o ex-ministro Sergio Moro se afastou da disputa.

5. Petrobras e Ambev

A temporada de balanços do primeiro trimestre ganha força com os números de duas das maiores empresa do país, a Petrobras e o Bradesco, ambos na quinta-feira, dia 5. Outras grandes empresas que divulgarão resultados nos próximos dias incluem Ambev (ABEV3), CSN (CSNA3), BRF (BRFS3), Carrefour (CRFB3) e Natura (NTCO3).

Outra notícia importante na agenda: o conselho da Anatel se reúne na quinta-feira, dia 5, e pode retomar a análise da venda da unidade de fibra óptica da Oi (OIBR3, OIBR4) para fundos do BTG Pactual (BPAC11), algo que foi interrompido em abril em razão de um pedido de vistas.

Nesta segunda, também entra em vigor a nova carteira teórica do Ibovespa. A terceira prévia divulgada pela B3 (B3SA3) registrou a entrada da SLC Agrícola ON (SLCE3), totalizando 92 ativos de 89 empresas.

(Com a Redação)

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