Dados do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, referentes ao quarto trimestre de 2010, serão divulgados na quinta-feira (Horia Varlan/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2012 às 12h19.
São Paulo – A semana compreendida entre 28 de fevereiro e 4 de março contará com a divulgação de importantes indicadores, tanto no Brasil como no exterior. Uma série de índices de inflação deve determinar a decisão do banco central brasileiro sobre os rumos da política monetária. Já na cena internacional, a divulgação do Livro Bege nos Estados Unidos e a reunião do Banco Central Europeu (BCE) centram as atenções.
Brasil
A semana por aqui começa com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, divulgando nesta segunda-feira (28) o decreto sobre o orçamento de 2011 e os detalhes sobre o corte de R$ 50 bilhões, cujo valor total foi anunciado anteriormente.
Mas o que rouba a cena no Brasil é a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente fixada em 11,25% ao ano, prevista para ocorrer no término da reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 1 e 2 de março (terça e quarta-feira).
“Acreditamos que uma alta de 0,50 ponto percentual (p.p.) é mais consistente, tendo em vista a ata da última reunião do Copom”, avaliam os analistas David Beker e Marcos Buscaglia do Bank of America Merrill Lynch (BofA). A mesma opinião é compartilhada pela equipe de análise do Banco Fator, que também projeta uma alta de 0,50 p.p..
“Além disso, nossas estimativas das condições financeiras mostram que os juros já estão marginalmente restritos nos últimos meses, sinalizando para um desaquecimento da economia local. De qualquer forma, as expectativas em curso de deterioração da inflação, particularmente no próximo ano, nos sugere que o mercado está questionando a intenção da autoridade monetária de trazer a inflação para o centro da meta”, afirma a equipe de pesquisa do BofA.
Outros dados importantes para economia brasileira também sairão ao longo da semana. Na terça-feira, serão publicados os números da balança comercial, referente ao mês de fevereiro. No mesmo dia começam a ser divulgados os dados de inflação, com o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). Já na quarta-feira é a vez do IPC-Fipe, referente a quarta quadrissemana do mês. “Nesses dois casos a inflação mostrará um alívio em fevereiro, em comparação a janeiro. No entanto, isto deve ser temporário, uma vez que a inflação baixa nos preços de alimentos desses meses não deve perdurar”, avalia a equipe do Banco Fator.
A produção industrial brasileira, referente a janeiro, também será conhecida na quarta-feira. Os dados devem mostrar que o setor “permanece anêmico”, com um declínio de 0,8% na produção durante o período, prevêem os analistas David Beker e Marcos Buscaglia do BofA. “Se confirmado, este será o terceiro mês de contração no indicador, deixando o crescimento anual em torno de 1,5%”, afirmam.
No dia seguinte (3) sairá o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2010. A corretora Gradual Investimentos estima por uma expansão de 7,59% na economia brasileira no acumulado do ano passado. A taxa é praticamente compartilhada pela equipe do Banco Fator, que projeta um avanço de 7,6%. Na sexta-feira (4), será divulgado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), assim como o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), ambos referentes a fevereiro.
Ainda no decorrer da semana serão publicados os dados do setor automobilístico. A Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulga as vendas domésticas na terça-feira, enquanto a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apresenta os dados de produção, vendas e exportações na sexta-feira.
Estados Unidos
O Livro Bege do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que será divulgado na quarta-feira, é o principal destaque da semana nos Estados Unidos. O documento deve contar a análise dos presidentes dos Feds regionais sobre a economia americana.
“Estamos otimistas com o desempenho econômico dos EUA, contudo, ressaltamos que o processo de recuperação será longo, de forma que ainda veremos fragilidade no mercado de trabalho e na atividade industrial por um bom tempo”, opina a equipe de pesquisa da Coinvalores.
Entre todos os indicadores previstos, a semana começa com o índice de atividade do Fed de Dallas. Outro dado importante nesta segunda-feira é o de renda e consumo pessoal em janeiro. “Em dezembro o consumo já havia crescido de maneira forte (0,4% na comparação mensal), alimentando expectativas de expansão mais acelerada da economia americana ao longo de 2011”, lembra a equipe do Banco Fator.
No dia seguinte saem o índice de manufatura, os dados sobre a venda de veículos em fevereiro e o indicador que mede os gastos em construção nos EUA. Já na quarta-feira os investidores acompanham os dados do mercado de trabalho americano. Será publicado o ADP Employment, indicador que mede a criação de vagas.
Os números de pedidos de auxílio desemprego serão conhecidos na quinta-feira. Já na sexta-feira serão publicados os dados do payroll e a taxa de desemprego, ambos referentes a fevereiro.
Europa
Na Velho Continente o destaque continua sendo a questão da inflação e o aumento da probabilidade de ocorrer um aumento nas taxas básicas de juros. O Banco Central Europeu se reunirá para decidir os rumos da política monetária apenas na quinta-feira, porém serão conhecidos antes os índices de inflação ao consumidor de janeiro, previstos para serem publicados na segunda-feira, e a prévia de fevereiro que sairá na terça-feira.
Ásia
Na oriente, destaque para os dados de atividade no Japão (produção industrial e comércio varejista de janeiro na segunda-feira) e para os dados indianos do PIB (segunda-feira) e da balança comercial (terça-feira).
“No Japão, a produção industrial veio melhor que as vendas no varejo no último mês e a expectativa é de que o mesmo ocorra em janeiro. Na Índia, a expectativa é de um crescimento forte para o PIB do 4º trimestre (acima de 8,0% na comparação anual)”, prevê o Banco Fator.