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Reunião de Lula, PMIs dos EUA, produção industrial do Brasil e ata do Fed: o que move o mercado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros da equipe econômica se reúnem para debater o cenário fiscal e econômico, incluindo a questão da depreciação do real

Radar: investidores aguardam decisão sobre cenário fiscal do Brasil (Mandel Ngan/AFP)

Radar: investidores aguardam decisão sobre cenário fiscal do Brasil (Mandel Ngan/AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 3 de julho de 2024 às 08h47.

Os mercados internacionais operam sem direção única na manhã desta quarta-feira, 3. Nos Estados Unidos, após os índices renovarem as máximas históricas na sessão anterior, o pré-mercado opera em queda, de olho em indicadores econômicos e às vésperas do feriado de 4 de julho. Na Ásia, os mercados fecharam em alta, com a maioria impulsionado por Wall Street. A exceção fica com as bolsas chinesas, que foram pressionadas por dados fracos de atividade de serviços.

Na Europa, os mercados operam em alta, com investidores repercutindo os PMIs de serviços e composto da zona do euro, que caíram ao menor nível em três meses, mas em ambos os casos ficaram acima das previsões e ainda na zona de expansão. No radar dos investidores europeus também estão as eleições parlamentares no Reino Unido e na França. Por aqui, apesar da forte desvalorização do real no dia anterior e o risco fiscal ainda no ar, o Ibovespa futuro sobe.

Indicadores econômicos do Brasil e EUA

O dia é marcado por uma agenda cheia de indicadores. Nos Estados Unidos, às 9h15, a ADP publica o relatório de empregos no setor privado em junho, com a Genial Investimentos estimando a criação de 165 mil empregos ante os 152 mil de maio. Já às 9h30, há a divulgação da balança comercial de maio, com a estimativa da casa para um déficit de US$ 76,5 bilhões, ante os - US$ 74,6 bilhões de abril. Há também a divulgação de duas leituras do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços às 10h45, e as encomendas à indústria americana, às 11h.

De olho no Brasil, às 9h terá a divulgação da produção industrial, com a Genial estimando uma queda de -1,7%, ante uma alta de 8,4% na comparação anual. Na comparação mensal, a estimativa é que o indicador venha em -1,4%, ante os -0,5% anteriores. Já às 10h, o S&P Global divulga o PMI composto de junho e o PMI de serviços.

Ata do Fed

Além dos indicadores, às 15h, há a publicação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). O documento pode dar mais sinais sobre os próximos passos do Fed. Segundo a plataforma do CME Group, o mercado aposta em setembro como o mês de maior probabilidade para o primeiro corte de juros (59,9%).

Reunião entre Lula e ministros

No radar político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os ministros da equipe econômica se reúnem para debater o cenário fiscal e econômico. As discussões também trarão à depreciação recente do real, classificada como "um ataque especulativo” pelo presidente. Ontem, o dólar chegou na casa dos R$ 5,70, maior nível desde 5 de janeiro de 2022, após novas críticas de Lula ao Banco Central (BC).

Em relação ao cenário fiscal, o mercado aguarda uma definição do governo sobre corte de gastos. Os recentes números divulgados sobre as contas públicas preocupam investidores. O resultado primário do setor público consolidado de maio fechou o mês com um déficit primário de R$ 63,9 bilhões de reais, muito pior do que o estimado pelo mercado, que era um déficit de R$ 59 bilhões.

No dia 22 de julho, será divulgado a terceira avaliação de receitas e despesas do Orçamento de 2024. Especulações no mercado apontam para possível bloqueio de recursos em torno de R$ 10 bilhões.

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