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Resultado da Hering veste mal e ação cai forte

Empresa apresentou vendas abaixo do esperado por conta de clima e menor confiança do consumidor e franqueados

Apesar da queda no dia, as ações ainda têm alta de 13% no ano (Germano Lüders/EXAME)

Apesar da queda no dia, as ações ainda têm alta de 13% no ano (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2012 às 15h31.

São Paulo - As ações da Hering (HGTX3) estão em forte queda como resultado do desempenho ruim das vendas e do crescimento da receita bruta abaixo do esperado no segundo trimestre, conforme resultado publicado ontem. Na mínima do dia, as ações recuaram 5,5%, para 35, 92 reais.

Segundo o documento, as vendas brutas totalizaram 460,7 milhões de reais, abaixo da expectativa da própria varejista. O resultado foi afetado pela combinação de um cenário macroeconômico desafiador, clima desfavorável (temperaturas médias acima do que é habitual para a época) e má recepção dos consumidores a coleção mais recente.

Apesar desse resultado negativo, a Hering obteve um lucro líquido de 85,2 milhões de reais, com crescimento de 10,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as vendas mesmas lojas (unidades abertas há no mínimo doze meses) caíram 3,9% na rede Hering Store no entre março e junho.

Os analistas do HSBC classificaram o balanço como decepcionante, destacando que o lucro por ação, de 53 centavos de real, ficou abaixo da estimativa do banco que era de 55 centavos - mas acima do estimado pelo consenso em 50 centavos. Francisco Chevez e Manisha Chaudhry, que assinam a análise, reiteraram a recomendação overweight (alocação acima da média) e um preço-alvo de 56 reais.

Geração de caixa

A geração de caixa, dada pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 110 milhões de reais - alta de 12,8% em relação ao 2º trimestre de 2011- fazendo com que a margem passasse de 28,1% para 28,7%. O Banco Fator destaca que esse ganho de margem se deve à redução das despesas com vendas e principalmente pelo não provisionamento na distribuição de participação nos resultados.

Para Lika Takahasi e Renato Prado as ações devem seguir pressionadas no curto prazo, pois o atual nível de preço do papel exigiria resultados consideravelmente superiores. “Não descartamos revisões de projeção com viés negativo por considerável parte do mercado”, explica. Segundo eles, existem opções mais atrativas no setor de varejo de vestuário, como os papéis da Lojas Renner (LREN3).

Desafios

Karina Freitas, da corretora Concórdia, destaca que o cenário para o terceiro trimestre deve seguir desafiador, devido à pressão dos importados na linha de custos da empresa, à desvalorização cambial, e pelo efeito descontos para a colocação de novas coleções.

Mas é esperada uma melhora para o quarto trimestre, em virtude da base de comparação mais favorável - visto que a desaceleração e o efeito clima já impactavam o setor no mesmo período de 2011. A corretora mantém a recomendação de compra para as ações tendo em vista o crescimento da companhia com a marca Hering Kids.

“Outro ponto importante a destacar é que o modelo da companhia, baseado no crescimento através de franquias, reduz a necessidade de imobilização e investimentos da empresa e permite à Hering se manter caixa líquido”, lembra Karina.

A Hering ressaltou em seu resultado que os desafios enfrentados no primeiro semestre podem continuar no segundo semestre, mas que continua otimista com relação às perspectivas para o final do ano de 2012.

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