Jack Daniel’s: marca integra coalizão que pressiona Trump contra tarifas sobre bebidas da UE (Jack Daniel’s/Divulgação)
Redatora
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 10h10.
Com a temporada de festas de final de ano se aproximando, empresas do setor de bebidas alcoólicas dos Estados Unidos intensificaram a pressão sobre o presidente Donald Trump para suspender as tarifas aplicadas à importação de vinhos e destilados da União Europeia.
Segundo reportagem do site Business Insider, a coalizão Toasts not Tariffs, formada por 57 associações e entidades, enviou uma carta à Casa Branca alertando que as medidas podem provocar uma perda de até US$ 2 bilhões em vendas no período mais lucrativo do ano.
“Reiteramos nosso pedido urgente para que os EUA e a UE cheguem a um acordo por um comércio justo e recíproco de bebidas alcoólicas e vinhos”, diz o documento, enviado na quarta-feira, 6.
“À medida que nos aproximamos da temporada crítica de fim de ano, essencial para o sucesso de nossas indústrias, imploramos que este acordo seja fechado o mais rápido possível”, reforça a carta do grupo.
As tarifas de Trump, que entraram em vigor à meia-noite desta quinta-feira, incluem uma alíquota de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, afetando diretamente o setor.
Embora a União Europeia tenha anunciado que vai pausar por seis meses as tarifas retaliatórias, outras nações, como Suíça e Índia, foram atingidas com taxas ainda mais elevadas — de 39% e 50%, respectivamente. No caso indiano, a medida começa a valer ainda em agosto.
A Toasts not Tariffs estima que a tarifa de 15% sobre vinhos e destilados da UE possa resultar em mais de 25 mil empregos perdidos nos EUA e quase US$ 2 bilhões em perdas de receita. Dados do Conselho de Destilados dos EUA indicam que o país exportou US$ 2,4 bilhões em bebidas alcoólicas em 2024.
A coalizão inclui nomes de peso do setor, como Beam Suntory (dona do Jim Beam) e Brown-Forman, controladora da marca Jack Daniel’s. Também fazem parte do grupo entidades como a National Retail Federation e a National Restaurant Association. Esta foi a segunda carta enviada ao governo: em janeiro, o grupo já havia pedido que o setor fosse excluído das tarifas.
Fabricantes de bourbon do Kentucky, estado que abriga 95% da produção mundial da bebida, também pediram que as tarifas fossem revistas. Em março, após o Canadá anunciar boicote ao álcool americano, a Kentucky Distillers’ Association alertou que as retaliações teriam “ grandes consequências".