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Representante de minoritários deixa Conselho da Eletrobras

José Luiz Alqueres renuncia ao cargo em meio ao processo de renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico


	Fitch avalia que a Eletrobras poderá ter geração de caixa negativa com a renovação das concessões e que o processo elevará de forma significativa a alavancagem da companhia
 (Wikimedia Commons)

Fitch avalia que a Eletrobras poderá ter geração de caixa negativa com a renovação das concessões e que o processo elevará de forma significativa a alavancagem da companhia (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 10h40.

São Paulo - O representante dos acionistas minoritários no Conselho de Administração da Eletrobras José Luiz Alqueres renunciou ao cargo, informou a estatal elétrica nesta quarta-feira.

A saída de Alqueres, cujo motivo não foi informado, ocorre em meio ao processo de renovação antecipada e condicionada de concessões do setor elétrico, com impacto significativo sobre a Eletrobras.

A expectativa entre analistas é que a Eletrobras aceite a renovação das concessões nos termos propostos pelo governo federal, já que a União é acionista controladora da companhia, mesmo em condições econômicas consideradas desfavoráveis para o grupo.

O governo federal se propôs a pagar 14 bilhões de reais em indenização à Eletrobras por investimentos não depreciados em empreendimentos de geração e transmissão de energia cujas concessões venceriam de 2015 a 2017, no processo de renovação antecipada dos contratos.

O montante é menos da metade do valor de cerca de 30 bilhões de reais dos ativos no balanço da Eletrobras. Assim, se aceitar a renovação, o grupo terá que lançar uma baixa contábil estimada em 16 bilhões de reais em seu resultado.

Além disso, as novas regras reduzirão a receita da Eletrobras em bilhões de reais por ano.

A agência de classificação de risco Fitch avalia que a Eletrobras poderá ter geração de caixa negativa com a renovação das concessões e que o processo elevará de forma significativa a alavancagem da companhia. Para a Fitch, o governo federal terá que injetar capital na empresa para mitigar riscos de liquidez.

No início de novembro, uma fonte do Palácio do Planalto disse à Reuters que a publicação da medida provisória 579 sobre a renovação das concessões elétricas quase provocou mudança no comando da Eletrobras. O presidente da empresa, José da Costa Carvalho Neto, chegou a colocar o cargo à disposição por causa dos termos da renovação, mas acabou sendo demovido da intenção.

As ações preferenciais da Eletrobras acumulam queda de mais de 25 por cento desde o anúncio pela presidente Dilma Rousseff, em meados de setembro, do plano de redução média de 20 por cento na conta de luz no país em 2013.

A queda na tarifa de energia paga pelo consumidor será possível graças à renovação antecipada e condicionada das concessões elétricas e pela diminuição ou fim de alguns encargos sobre o setor.

Segundo a Eletrobras, a eleição de um novo membro representante dos minoritários no Conselho, para cumprir o restante do mandato, será feita na próxima assembleia geral extraordinária de acionistas da companhia.

Nesta quarta-feira, a ação da Eletrobras caía 1,38 por cento, a 13,61 reais, enquanto o Ibovespa cedia 0,69 por cento, às 10h57.

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