O processo de escolha do novo CEO está “bem encaminhado”, segundo a companhia (Renault/Divulgação)
Redatora
Publicado em 15 de julho de 2025 às 17h41.
A Renault anunciou nesta terça-feira, 15, a nomeação de Duncan Minto para ocupar o cargo de CEO interino do grupo. A mudança na liderança ocorre no mesmo dia em que a montadora revisou para baixo suas projeções financeiras para o ano de 2025.
O diretor financeiro dividirá a gestão da companhia com Jean-Dominique Senard, que atuará como presidente da unidade operacional enquanto a empresa busca um novo executivo para o cargo de forma permanente.
A transição acontece semanas após a confirmação de que Luca de Meo deixará o comando da Renault em 15 de setembro para assumir a presidência do grupo francês de artigos de luxo Kering.
Minto está na Renault desde 1997, com passagens pelas áreas financeiras no Reino Unido, França e Portugal. Em 2023, tornou-se diretor financeiro da marca Alpine e, em março de 2025, assumiu como CFO da Renault.
A empresa revisou a estimativa de margem operacional anual de 7% para 6,5%. A projeção de fluxo de caixa livre caiu de mais de 2 bilhões de euros para uma faixa entre 1 bilhão e 1,5 bilhão de euros.
Segundo comunicado, o fluxo de caixa livre no primeiro semestre será de apenas 47 milhões de euros, afetado por um capital de giro negativo de aproximadamente 900 milhões de euros, reflexo de atrasos no faturamento e da queda nas vendas em junho.
A Renault atribui os resultados à desaceleração do mercado europeu de automóveis e vans, além da crescente concorrência de montadoras chinesas no segmento de veículos elétricos.
A empresa informou que intensificará medidas de corte de custos, que devem ser detalhadas na divulgação oficial dos resultados semestrais, marcada para 31 de julho.
O processo de escolha do novo CEO está “bem encaminhado”, segundo a companhia. Entre os nomes cotados estão Denis Le Vot, atual chefe da marca Dacia, e Maxime Picat, ex-executivo da Stellantis.
No início do mês, a Renault também anunciou uma reavaliação contábil de sua participação na Nissan, o que resultará em um prejuízo de cerca de US$ 11 bilhões nas demonstrações financeiras.