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Remdesivir: fabricante de remédio testado contra covid-19 dispara na bolsa

Nos EUA, companhias de saúde chegam a acumular alta superior a 1.000% com efeito coronavírus

Remdesivir: medicamento é tido como possível cura do coronavírus covid-19 (Sittithat/Getty Images)

Remdesivir: medicamento é tido como possível cura do coronavírus covid-19 (Sittithat/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 17 de abril de 2020 às 11h53.

Última atualização em 29 de abril de 2020 às 18h59.

As ações da farmacêutica americana Gilead chegaram a disparar 11,6% nesta sexta-feira, 17, pouco após a abertura dos negócios na Nasdaq, onde são negociadas. A empresa ganhou grande relevância depois de o site de notícias médicas Stat informar, na véspera, que o medicamento remdesivir, desenvolvido pela companhia, pode ser eficaz contra o coronavírus covid-19.

De acordo com a publicação, a Universidade de Chicago realizou testes com o remédio em 125 pacientes infectados pelo vírus, sendo que 113 estavam em estado grave. Todos eles apresentaram melhora do quadro da doença, embora dois tenham falecido.

Ao lado da hidroxicloroquina e da cloroquina, o uso do medicamento remdesivir no tratamento de pacientes com coronavírus já era debatida há algum tempo. Em 18 de março, cientistas chineses já haviam publicado na revista científica Nature um estudo sobre a capacidade do remédio em inibir a infecção.

Com a expectativa de se mostrar verdadeiramente eficazes no combate à doença, as ações da Gilead, que detém a patente do remdesivir, subiram 7,8% em março, enquanto o índice Nasdaq Composto despencou 10,12% - seu pior mês desde novembro de 2008. No ano, os papéis da Gilead acumulam alta de pouco mais de 30%, já considerando a valorização atual.

Mas, não é só a Gilead que deve sair fortalecida após a pandemia. Na mesma bolsa em que é listada, outras empresas de saúde chegaram a se valorizar mais de 3.000% no ano, em meio à explosão de casos no mundo. Nos Estados Unidos, já são mais de 650.000 infectados - mais do que um terço da quantidade global, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Somente o estado de Nova York, com cerca de 223.000, supera qualquer outro país em número de casos confirmados.

Até então desconhecida pela maioria dos acionistas, a empresa de diagnósticos Co-Diagnostics era apenas mais uma penny stock em dezembro, cotada a 89 centavos de dólar. Em menos de 60 dias, o preço da ação chegou a subir 2.330%, sendo negociada por 21,75 dólares em sua cotação máxima. 

A empresa, que realiza o diagnóstico do coronavírus covid-19 chegou a subir 40% no último dia 6, quando recebeu o aval do órgão regulador americano, para fazer testes da doença em seus laboratórios. Ontem, quando seu teste por meio de saliva foi autorizado, os papéis da Co-Diagnostics encerraram em alta de 43,68%. Contudo, seu preço atual está longe das máximas, cotado a cerca de 13 dólares.

Outra empresa que acumula forte apreciação na Nasdaq é a Allied Healthcare Products. A companhia é fabricante de ventiladores hospitalares, equipamento médico tido como essencial no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus. Na máxima do ano, as ações da companhia chegaram a acumular 3.600% de alta, passando dos 1,22 dólar para 45 dólares, em fevereiro. 

Assim como  a Co-Diagnostics, a Allied Healthcare Products tiveram as maiores altas entre janeiro e fevereiro deste ano, quando eram poucos os casos de coronavírus confirmados nos Estados Unidos. Já a valorização da Gilead está concentrada em março e neste mês, quando teve performance superior às das duas empresas.

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