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Relatório da OCDE, Jolts e produção industrial: o que move o mercado

Na Europa, o índice de preços ao consumidor da zona do euro desacelerou para 1,9% em maio, abaixo da meta do Banco Central Europeu

Publicado em 3 de junho de 2025 às 07h48.

Nesta terça-feira, 3, os investidores aguardam uma bateria de indicadores econômicos relevantes e com atenção aos desdobramentos políticos no Brasil. O destaque do dia fica por conta de dados de inflação na Europa, produção industrial no Brasil e novas sinalizações sobre os juros nos Estados Unidos.

Na China, a atividade industrial voltou a preocupar. O índice PMI caiu para 48,3 em maio, o menor nível em oito meses, e abaixo da marca dos 50 pontos, que separa expansão de contração. O dado adiciona dúvidas sobre a força da retomada econômica no país.

Na Europa, o índice de preços ao consumidor (CPI) da zona do euro desacelerou para 1,9% em maio, abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE) e das projeções do mercado. A queda foi puxada por uma forte desaceleração na inflação de serviços, o que deve reforçar a expectativa de corte de juros na reunião desta quinta-feira.

O relatório de Perspectivas Globais da OCDE, também divulgado nesta manhã, trouxe um tom mais cauteloso para a economia mundial. A entidade revisou para baixo as projeções de crescimento dos EUA e de países do G20, alertando para o impacto das medidas protecionistas anunciadas por Donald Trump. A expectativa de crescimento global foi cortada para 2,9% em 2025.

Nos Estados Unidos, o mercado acompanha, a partir das 11h, o relatório Jolts, que mede a abertura de vagas em abril e marca o início da rodada de dados de emprego desta semana, que culmina com o payroll na sexta-feira. No mesmo horário, serão divulgadas também as encomendas à indústria.

No Brasil, a produção industrial de abril (9h) deve mostrar desaceleração, com expectativa de alta de 0,5%, após avanço de 1,2% em março. O dado será observado com atenção, especialmente após o PIB do primeiro trimestre ter vindo levemente abaixo do esperado.

No campo político, as atenções se voltam para as negociações entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes do Congresso sobre um possível acordo para reduzir o impacto do IOF e viabilizar pautas estruturais. O avanço pode ocorrer ainda hoje, antes da viagem do presidente Lula à França. Haddad participa de evento em Brasília pela manhã e a expectativa é que use o espaço para reforçar a agenda econômica do governo.

Em paralelo, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, voltou a destacar a resiliência da economia brasileira e defendeu que o IOF deve manter seu caráter regulatório, afastando a ideia de uso com fins arrecadatórios ou como instrumento de política monetária.

Entre os destaques corporativos, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta segunda-feira, 2, sem restrições, a fusão entre duas das maiores redes de varejo pet do país: Petz e Cobasi. A operação foi analisada em profundidade pela Superintendência-Geral do órgão, que concluiu que a concentração não deve gerar prejuízos à concorrência.

A Moody’s, por sua vez, revisou de positiva para estável a perspectiva das notas de crédito da Vale, Petrobras e Ambev, acompanhando a mudança feita na avaliação da nota soberana do Brasil. Segundo a agência, os ratings dessas empresas seguem condicionados à qualidade de crédito do país.

Por fim, o corte de 5,6% no preço da gasolina nas refinarias, anunciado pela Petrobras, pode aliviar ligeiramente a inflação. Analistas estimam que a medida retire 0,1 ponto percentual do IPCA de 2025, embora os efeitos sejam limitados diante de outras pressões inflacionárias, como o encarecimento da energia elétrica.

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