Eletropaulo terá uma perda de 12% nos lucros e de 17,4% no Ebitda em 2012, avalia Credit Suisse
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 16h36.
São Paulo - Os investidores do setor elétrico estão tensos nesta semana. As distribuidoras de energia, conhecidas como boas pagadoras de dividendos e como um porto seguro ao lado das geradoras em momentos de crise, foram surpreendidas na quarta-feira (8) com a proposta de revisão tarifária anunciada pela Aneel, agência que regula o setor elétrico. O regulador pegou o mercado despreparado ao oferecer uma taxa de retorno de 7,15% ao ano, enquanto o consenso oscilava entre 8% e 8,5% ao ano.
"Acreditávamos que o modelo regulatório estava amadurecido, mas ele regrediu e, qualquer mudança na regra durante o jogo, não é saudável. A revisão implica em perdas relevantes no longo prazo e diminui a expectativa de fluxo de dividendos", destaca o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora. A taxa proposta no terceiro ciclo regulatório ficará em audiência pública até o dia 10 de dezembro. Apesar disso, há pouca expectativa de uma grande mudança. A taxa deve ficar em torno de 7,5%, apontam analistas.
A notícia cai como uma bomba sobre as empresas do setor que têm grande parte de suas receitas ligadas à distribuição. As ações do setor despencaram até 5% na quarta-feira e continuam a ceder forte na sessão de hoje. Em relatório o JP Morgan lista as companhias com maior exposição: Eletropaulo (100%), Light (85%), Celesc (95%), Equatorial (95%), Copel (40%), Cemig (25%), Energias do Brasil (50%) e CPFL Energia (65%). Para os analistas Anderson Frey e Pedro Manfredini, mesmo com a forte queda de ontem, ainda há espaço adicional para a queda dos papéis da Celesc e Eletropaulo.
Eletropaulo perde
E é justamente a distribuidora paulista a que deve sofrer mais com a mudança na taxa. De acordo com o cálculo do Credit Suisse, a Eletropaulo verá uma perda de 12% nos lucros e de 17,4% no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2012. Para o próximo ano, o lucro cairia 8,7%. Os analistas Vinicius Canheu e Carlos Lucato acreditam que CPFL, Energias do Brasil e Cemig provavelmente irão sofrer menos, dado a diversificação para outros segmentos.
"Um velho paradigma volta a assombrar: Os reguladores determinam o valor das distribuidoras", disparam os analistas do BTG Pactual, Antonio Junqueira, Gustavo Gattass e Rafael Fonseca. "Dito isso, mantemos a nossa visão cautelosa para o setor de serviços públicos, favorecendo o stock picking como a estratégia de investimentos (ao contrário de ficar positivo com todo o setor)", dizem em relatório.
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