O presidente americano Joe Biden (Ken Cedeno/CNP/Bloomberg/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 23 de maio de 2022 às 07h14.
Última atualização em 23 de maio de 2022 às 08h51.
Um leve apetite ao risco predomina no mercado internacional no início desta segunda-feira, 23, com bolsas em alta e o dólar em queda no mundo. No radar dos investidores estão falas do presidente americano Joe Biden ditas em coletiva de imprensa com o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida nesta madrugada.
Biden voltou a considerar reduzir tarifas impostas à China pelo governo do ex-presidente Donald Trump.
"Estou considerando. Não impomos nenhuma dessas tarifas. Elas foram impostas pelo último governo e estão sendo consideradas", disse, de acordo com a Reuters. Mas o americano alertou: se a China invadir Taiwan, os Estados Unidos estão preparados para intervir militarmente.
Investidores preferiram se agarrar no copo meio cheio, de que a redução de tarifas da era Trump, já aventada por Biden na semana passada, pode contribuir para o crescimento econômico e controle da inflação.
Ainda que o cenário desta manhã seja favorável à tomada de risco, o retrospecto escancara o momento de maior cautela entre investidores, principalmente internacionais.
O S&P 500 vem de sua mais longa sequência de quedas semanais desde 2001, com sete consecutivas. No Brasil, o Ibovespa voltou a se descolar do exterior. O principal índice da B3 vêm de duas semanas de alta e, dependendo dos preços das commodities, pode ter um novo pregão positivo nesta segunda.
O minério de ferro disparou cerca de 7% na bolsa de Dalian, segundo a Reuters, com investidores repercutindo o aumento de impostos de 30% para 50% sobre a exportação da matéria-prima na Índia. A valorização tende a impulsionar o preço da Vale nesta sessão. A mineradora, que representa 15% do Ibovespa, subiu 4,43% na ultima semana.
A agenda sem grandes indicadores previstos para esta segunda-feira também contribui para a manutenção do clima positivo no exterior, com a redução de chances de surpresas ao longo do dia.
Ainda que inicie morna, a agenda da semana será aquecida. Já na terça-feira, 24, investidores devem repercutir dados do IPCA e discursos dos presidentes do BCE e Federal Reserve (Fed). Na quarta, terá PIB da Alemanha e ata da última decisão de juros do Fed e na quinta será o dia da revisão do PIB americano do primeiro trimestre.