Mercados

Redecard e Cielo caem ao mostrar impacto do fim da exclusividade

Despesas com marketing e descontos crescem como efeito da briga pelos lojistas e consumidores

Redecard: 40 mil transações mensais no terceiro trimestre (Divulgação)

Redecard: 40 mil transações mensais no terceiro trimestre (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2010 às 16h57.

São Paulo – As ações da Redecard (RDCD3) e Cielo (CIEL3) ocupam hoje a desagradável posição de maior queda desta quinta-feira (28) no Ibovespa. As empresas começaram a revelar o impacto do fim da exclusividade entre a Visa e a Cielo e o consequente aumento da concorrência pela conquista de lojistas e clientes. As despesas com marketing e os descontos cresceram no terceiro trimestre. Os papéis da Rececard caíam, às 12h45, cerca de 4,3%, enquanto as ações da Cielo cediam 2,08%.
 
As despesas de marketing da Redecard, por exemplo, avançaram 44,4% no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, além do crescimento das despesas operacionais. Com isso, o lucro líquido caiu 2,7%, chegando a 324,1 milhões de reais. “Neste trimestre, a abertura da atividade de credenciamento, desde o dia 1º de julho, marcou o novo ambiente concorrencial para a indústria brasileira de meios de pagamentos”, explica a empresa em relatório.
 
O mercado não gostou dos números da Redecard. “Os resultados da Redecard trouxeram tendência operacional mais fraca”, afirmam os analistas da BofA Merrill Lynch Jorg Friedemann, Jose Barria e Renato Schuetz. Em relatório, o banco rebaixou a recomendação para as ações da empresa de neutral para underperform (desempenho abaixo da média do mercado). O preço-alvo foi reduzido para 24 reais.
 
“Já eram esperados os primeiros efeitos da competição em um ambiente não exclusivo, mas estes vieram potencializados. Da mesma forma, já era imaginada pressão nas despesas operacionais, em função principalmente de aumento de gastos com marketing e necessidade de contratação de pessoal”, destaca a analista Marianna Waltz, da BB Investimentos. Segundo ela, o impacto mais pesado deve vir no início do ano que vem, “com a adição dos novos contratos com os grandes estabelecimentos comerciais”.
 
Daniel Malheiros, analista da Spinelli Corretora, recomenda que os investidores reduzam a exposição aos papéis da Redecard. “Continuamos acreditando que a Cielo é a melhor opção para se expor no setor de cartões. Em resumo, os números virão pouco acima de nossas expectativas. A nossa impressão sobre o resultado da Redecard é negativa”, diz ele em relatório.
 
A Cielo publicou hoje uma prévia dos resultados do terceiro trimestre. A empresa mostrou um lucro líquido de 488,5 milhões de reais no período, o que representa um crescimento de 23,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Os custos e despesas operacionais avançaram 26,8%, chegando a 425,9 milhões de reais.
Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasCartões de créditoCieloEmpresas abertasEmpresas brasileirasMercado financeiroservicos-financeirossetor-de-cartoes

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado