Hospital Vila Nova Star, da Rede D'Or | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 5 de junho de 2021 às 08h25.
Quem investiu nas ações da Rede D’Or (RDOR3) logo que a empresa entrou na bolsa, há seis meses, teve o investimento valorizado em quase 20%. O papel chegou ao mercado valendo 57,92 reais e, nesta sexta-feira, 4, encerrou o pregão negociado a 69,00 reais (uma alta de 19,10%).
No mercado, muitos analistas apontam que a ação já é negociada no preço justo ou até que ficou cara, mas o BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME) avalia que ainda há espaço para valorização. Em relatório divulgado nesta sexta, o banco reforçou a recomendação de compra para os papéis e colocou o preço-alvo da ação a 90 reais ao fim de 2022. A projeção representa uma valorização de 30,4% em relação ao preço atual do papel.
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“O valuation não está tão caro quanto se poderia pensar. Na verdade, acreditamos que os múltiplos [altos] de negociação da empresa [23x EV/EBITDA 2022 e 50x P/L 2022] são bem merecidos, dadas as suas fortes perspectivas de crescimento de lucros e forte momentum de M&A [fusões e aquisições, na sigla em inglês]”, destacam os analistas em relatório.
A valorização da ação seria dividida em duas frentes: 71 reais considerando a operação atual da empresa e outros 19 reais como resultado de futuras fusões e aquisições. Desde o IPO, a empresa já assinou contratos para adquirir oito novos ativos, adicionando 1.300 novos leitos hospitalares à rede. Nesta semana, a Rede D’Or anunciou a conclusão de duas operações de aquisição: do Serra Mayor Serviços Médicos e do Hospital América.
Vale destacar que a empresa levantou mais de 1 bilhão de reais na última semana para continuar o processo de expansão. O capital é fruto da oferta subsequente de ações (follow-on, em inglês) da companhia, que movimentou 4,9 bilhões de reais, sendo 1,7 bilhão de reais destinado à empresa e o restante aos acionistas vendedores.
O balanço do primeiro trimestre de 2021 da Rede D’Or ficou acima das expectativas do mercado e surpreendeu com a forte geração de caixa. O Ebitda da companhia – métrica para avaliar lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – cresceu 95,3% na comparação anual para 1,330 bilhão de reais, enquanto a estimativa de consenso da Bloomberg era de 913,9 milhões de reais. Já o lucro líquido ficou em 402,4 milhões de reais, 254,6% a mais do que o registrado no primeiro trimestre de 2020.
A partir do segundo trimestre, o BTG Pactual acredita que as margens da companhia devem continuar avançando com a desaceleração nas hospitalizações causadas pela Covid-19. O banco reforça ainda que o novo acordo comercial com a Amil – retomado em maio após rompimento em 2019 – “claramente fortalece a tese de consolidação da empresa”.
“Estamos, portanto, otimistas com a Rede D'Or, que ainda oferece uma boa história de buy-and-hold, graças a uma combinação única de fortes impulsionadores de crescimento e retornos, juntamente com resultados sólidos e momentum de M&A”, completam os analistas.
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